Prezados leitores, em 2007 um grupo de Oficiais e Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros deu início às mobilizações por melhores salários para os militares estaduais no Rio de Janeiro, uma luta que está em curso até a presente data, agora com a força dos Praças do Corpo de Bombeiros. No começo dessa verdadeira guerra por justiça - pois nada e ninguém pode justificar o fato de que os PMs e BMs do Rio de Janeiro recebem os piores salários pagos no Brasil para as duas categorias -, aconteceram reuniões na Associação dos Militares Estaduais do Rio de Janeiro (AME-RJ), onde chegaram a se reunir centenas de Oficiais da PMERJ e do CBMERJ, ativos e inativos. Na época, o idealismo e o destemor dos Oficiais era muito grande, sentimentos que faziam vibrar as paredes do velho e histórico Clube dos Oficiais.
Nos tristes dias que vivenciamos, inexplicavelmente, vemos o desaparecimento dos Oficiais da luta, tanto da Polícia Militar, quanto do Corpo de Bombeiros.
Onde estarão aqueles Tenentes, Capitães, Majores e Tenentes Coronéis, hoje, Capitães, Majores, Tenentes Coronéis e Coronéis?
No caso da PMERJ é fácil de entender o sumiço, pois a corporação como um todo está inerte diante dos salários miseráveis que recebe. Oficiais Superiores que não se sentem ofendidos por receberem salários menores que os pagos para Graduados em outros estados federativos, citando um exemplo do absurdo atual. Tenentes que acham normal receberem menos que Sargentos da sua própria corporação, uma consequência do pagamento das gratificações, outro exemplo. Apesar dessas aberrações na Polícia Militar, no caso do CBMERJ a situação tem uma gravidade muito maior, pois além dos problemas serem os mesmos, temos uma inversão, pois quem está lutando pelos salários de todo efetivo são os Praças ao invés dos Oficiais, os quais tem o dever de inclusive proteger a tropa de exposições desse tipo, como sempre fizeram os Oficiais do passado.
Onde estão os Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros que estiveram na AME?
Mudaram de profissão?
Morreram?
Perderam o idealismo, o destemor e o senso de vergonha?
Como não ombrear com a sua tropa na luta salarial, isso é um vexame.
Obviamente, os Oficiais podem não concordar com a forma como a mobilização está sendo conduzida, isso é um direito. Aliás, conheço muitos Praças que discordam da forma, mas o que os Oficiais não podem fazer é não participar da luta, isso é uma grande vergonha, uma imoralidade, uma desmoralização. Não sei como os inertes conseguem olhar nos olhos dos seus comandados e ainda transmitir ordens, quando devem a eles os ganhos salariais que já receberam em razão da luta e os ganhos que poderão vir a receberem.
É imprescindível a participação dos Oficiais. Os senhores que se organizem e decidam como lutar, mas deixar a luta só para os Praças é pura covardia. Ver dois ou três Oficiais serem execrados por estarem lutando ao lado da tropa, sendo transferidos a todo momento como se fossem peças de mobiliário e, ainda, punidos, sem nada fazer, caracteriza grave omissão. Ninguém deseja que os Oficiais subvertam a hierarquia e a disciplina, que liderem um levante, isso nunca, mas que pelo menos levantem a bunda das cadeiras e façam alguma coisa.
Senhores Oficiais do Corpo de Bombeiros, imaginem o que os seus Praças estão pensando dos senhores, certamente, coisa boa não é. No caso da Polícia Militar, todos sabem o que a tropa pensa da Oficialidade, isso é de domínio público, sendo muito triste.
Prezados Oficiais, infelizmente, na Polícia Militar a Oficialidade já perdeu o trem da história e não enxerga as mudanças que estão ocorrendo em todo Brasil nas lutas salariais das Polícias Militares e dos Corpo de Bombeiros, são raros os Oficiais que ainda se interessam pelos seus salários. Tal tragédia não pode se abater também sobre os Oficiais do CBMERJ, se isso ocorrer será o fim de todas as nossas esperanças.
Na condição de sócio vou tentar convencer o presidente da AME/RJ a disponibilizar o local para que os Oficiais possam se reunir, logo após o Natal, na semana de 26 a 30 DEZ 2011, para que no Ano Novo os senhores possam dar um grande presente para os Praças, participando (como considerarem conveniente) da luta por melhores salários.
Por derradeiro, na noite de Natal, quando estiverem reunidos com seus familiares, procurem imaginar o que estará servido na mesa dos familiares dos heróicos Soldados do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, que recebem R$ 1.200,00 por mês.
Juntos Somos Fortes!
9 comentários:
Nós vivemos nessa situação de guerra no Rio de Janeiro por causa do Judiciário, que vive soltando os bandidos mais perigosos que a Polícia prende! É preciso investir muito na Polícia Militar, a Polícia preventiva, para que possamos ter mais segurança. Não pode um Soldado da PMERJ receber um SOLDO inferior ao SALÁRIO MÍNIMO vigente, pois isto obriga este profissional a ter um segundo emprego (o "bico"), o que prejudica muito o seu desempenho na sua função pública. O Governador provou que não se preocupa com a Segurança do cidadão fluminense.
A remuneração do Bombeiro e do Policial Militar deve ser capaz de atender às necessidades vitais básicas (moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene e transporte).
O SALÁRIO MÍNIMO NECESSÁRIO FOI ESTIMADO PELO DIEESE, EM NOVEMBRO DE 2011, NO SEGUINTE VALOR: R$ 2.349,26 (DOIS MIL, TREZENTOS E QUARENTA E NOVE REAIS E VINTE E SEIS CENTAVOS).
Amparo legal: Constituição da República Federativa do Brasil, capítulo II, Dos Direitos Sociais, artigo 7º, inciso IV.
http://www.dieese.org.br/rel/rac/salminMenu09-05.xml
O PAGAMENTO DE SOLDO INFERIOR AO VALOR DO SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE AOS SARGENTOS, CABOS E SOLDADOS DA PMERJ E DO CBMERJ É UMA DEMONSTRAÇÃO DE DESRESPEITO.
É ISSO CORONEL!!!!
AGORA OS OFICIAIS NÃO TEM MAIS DESCULPAS.
SE NÃO QUEREM SER COMANDADOS POR UM CABO. CABO ESSE QUE ASSUMIU A LIDERANÇA POR FALTA DE LÍDER.
QUE FAÇAM SEU MOVIMENTO E ESTES MESMOS HERÓIS OS APOIARAM, POIS JÁ MOSTRARAM, COMPROVARAM E AINDA DEMOSTRAM QUE NÃO SÃO E NUNCA SERÃO COVARDES.
NEM UM PASSO OS PRAÇAS DARÃO ATRÁS.
A atual presidencia da AME/RJ pode nem representar os ideais que anseiam as Corporações; mas se é a que temos, vamos tentar. Ouvi do então candidato que ora ocupa a presidencia, certa feita que a AME não foi feita para brigar com o Governador, mas propor melhorias. Ele, inclusive, desdenhando do outro candidato, disse "envergonhar-se" do cerco ao Palácio de 1980.
Um protesto de policiais militares e bombeiros em Fortaleza, na manhã deste sábado (17), terminou em tumulto. Ao saberem que o governador Cid Gomes (PSB) estava vistoriando uma obra próxima ao local da manifestação, os participantes decidiram ir ao encontro do governador. Pedras e garrafas pet foram jogadas no carro conduzido por Cid Gomes.
http://g1.globo.com/ceara/noticia/2011/12/governador-do-ceara-visita-obras-e-acaba-em-tumulto-com-militares.html
Essa grade reflete o desespero do governador. A verdade é que ele teme os bombeiros. A colocação da grade é atitude de um déspota medroso, que morre de medo diante da possibilidade de os bombeiros contagiarem outros servidores.
Os bombeiros não estão derrotados e nunca estarão.
Cel Paul.
Nada fará o Cel. Belo, presidente da AME/RJ ajudar ao movimento dos Bombeiros e Policiais. Sua subserviência aos Poderes, principalmente ao Judiciário, onde tem não o segundo emprego, mais o quinto emprego, prova isso.
É a "rainha da inglaterra" na AME/RJ, onde só vai para almoçar e assinar aquilo que não pode ser assinado pelo seu Vice-Administrativo, Cel Jose Maria, que é o verdadeiro Presidente "de fato" da Associação de Oficiais. Seu Vice-Social, Cel BM Guilherme, além de não mandar e não decidir nada, ainda tem cargo na Secretaria de Turismo, estando no "desgoverno Sergio Cabral" desde o início.
Esse é o quadro: a AME/RJ não representa Oficiais PM e BM, representa a vontade do Governador e todos são seus subordinados. Da AME/RJ, Cel Paul, não espere nada e nem apoio moral. Suas instalações são um feldo de traidores a qualquer causa de interesse de Policiais Militares e de Bombeiros Militares. Por isso, nós PM e os BM, por não acreditar-mos nela, não nos associamos.
Oficiais BM e PM, a não ser uma minoria, jamais irão se reunir na AME/RJ, lá não é o nosso lugar.
Lá, como a ALERJ, é mais uma "CASA" do Sergio Cabral.
Como conseguem justificar(?) a omissão de fugirem a responsabilidade que lhes cabe, diante de seu familiares, seus filhos, e diante de si mesmo?
Vão ter que parar de se olhar no espelho.
Em qualquer local que saibam da sua condição de Oficial(?) irão ser olhados com reprovação, serão mal vistos em qualquer ponto do país. É hora de tomarem vergonha na cara!
Façam alguma coisa, ou se calem para sempre e assumam que na realidade não são Oficiais.
O Oficial que não luta por justo salário e condições adequadas de trabalho não tem moral para reclamar pelos cantos que ganha menos do que um Soldado de outro Estado.
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