BOMBEIROS MILITARES - A MISSÃO MAIS DIFÍCIL.

Prezados leitores, ontem eu postei uma mensagem do Comandante Geral do Corpo de Bombeiros sobre a possibilidade da eclosão de uma greve e fiz breves comentários, prometendo um novo artigo sobre o tema. Hoje, penso ser isso desnecessário, a mensagem é uma típica comunicação de comandante em um momento de crise institucional e diante da triste situação que vivenciamos com relação ao governo estadual, o que penso ser o tema mais importante a ser tratado.

Bombeiros, Policiais Militares, Policiais Civis e funcionários públicos do Rio de Janeiro, temos que assimilar uma verdade que parecemos não aceitar no estado: os políticos não têm qualquer compromisso com os funcionários e com as instituições públicas. Os compromissos dessa gente estão centrados nos seus interesses, nem mais, nem menos. Essa é uma verdade concreta, pode ser mensurada, pode ser testada e pode ser comprovada. A Polícia Militar é o exemplo mais fácil de ser constatado. Uma instituição bissecular, heróica, composta por dezenas de milhares de integrantes, subserviente aos políticos, pessimamente qualificada e inteiramente desvalorizada. Atualmente, o governo estadual – Sérgio Cabral e Beltrame – fazem o que querem com a PMERJ, sem qualquer compromisso com os valores institucionais, com o futuro da Polícia Militar e dos Policiais Militares. Um autêntico dane-se a PMERJ e os PMs.

Escrito isso, peço que voltemos o nosso pensamento para a fórmula que precisamos adotar para reverter a situação do funcionalismo público na direção de salvar as nossas instituições, salvar a nós e as nossas famílias.

O que podemos fazer?

O que temos que fazer?

O que temos coragem de fazer?

Não é fácil descobrir as respostas certas que possam nos salvar. Ideias existem inúmeras, o problema é como operacionalizá-las e torná-las eficazes para a conquista dos nossos objetivos imediatos, sobretudo, para por um fim nesses salários miseráveis.

Penso que existem duas formas de enfrentarmos os políticos que insistem em nos destruir:

- Dizer não! Como um corpo único, todos imbuídos dos mesmos ideais corporativos, esquecendo o eu e atuando como nós, isso com uma vontade inquebrantável, impedindo que tudo que seja meramente do interesse político, mas contra o interesse público, os valores e os interesses institucionais e dos integrantes, não seja efetivado.

- Dizer não! Na pessoa dos nossos comandantes gerais, chefes e diretores, isso sempre que o poder político agir contra a população e/ou contra as instituições públicas. Eis o meio mais simples, mas para tal os nossos mandatários precisavam ser escolhidos por nós e não pelos políticos, pois só assim nós poderíamos fortalecê-los para o enfrentamento, impedindo que os políticos temporários pudessem retirá-los com uma simples canetada, colocando outro no lugar para dizer sim!

Sinceramente, não sei o que é mais difícil de implementar, a primeira ou a segunda opção. Apesar das dificuldades, uma coisa é certa, mantido o estágio atual, nós nunca seremos qualificados e valorizados como merecemos e precisamos.

Os Coronéis Barbonos agiram na direção da segunda opção, construir um comandante geral forte, mas a traição impediu que isso se concretizasse, embora estivéssemos bem perto da vitória. Os Praças do Corpo de Bombeiros parecem ter optado pela primeira opção, tentando recrutar todos para a luta institucional, mas os Oficiais parecem surdos com relação ao grito da tropa.

Efetivamente, não é fácil a missão, seja qual for o caminho escolhido.

Amanhã, os Bombeiros estarão na ALERJ, segundo o que tem sido anunciado, bem como, o aquartelamento prometido parece estar se efetivando aqui e acolá, dando curso à mobilização planejada.

Amanhã, o que esperar como postura?

Amanhã, teremos a sonhada união dos Oficiais e dos Praças?

Amanhã, seremos dezenas, centenas ou milhares na ALERJ?

Amanhã, as respostas surgirão, assim como, o sol de todos os dias.

Como escrevi no início, a mensagem do comandante geral é uma típica comunicação de um comandante que sabe que se disser não, perderá a cadeira, portanto, as palavras devem ser analisadas com essa lente. Não podemos exigir o que não pode ser dado.

Não podemos esquecer que em menos de cinco anos, a PMERJ já teve quatro comandantes gerais e a PCERJ três chefes, nesse péssimo governo estadual. O atual governo desvalorizou por completo as funções de comandante geral da Polícia Militar e de chefe da Polícia Civil, o que além de enfraquecer os ocupantes das cadeiras, enfraquece as instituições e instituições subservientes são o que os políticos mais almejam. Embora, verdade seja dita, o único que perdeu a cadeira por dizer não foi o Coronel de Polícia Ubiratan, os outros perderam apenas para que fosse dada uma resposta à população. Foram retirados como se troca uma sentinela que cumpriu seu quarto de hora na entrada do quartel (Corpo da Guarda).

Juntos Somos Fortes!