terça-feira, 12 de janeiro de 2010

QUEM PRECISA DE "AUTORIDADES" COMO ESSAS?

Jornal Foco Regional, edição 452 de Volta Redonda.
Onde estavam as autoridades do estado quando Angra enfrentou o maior drama de sua história?
"Um ditado famoso entre jornalistas é que notícia não tem hora marcada para acontecer. A frase bem que pode ser adaptada para os políticos, principalmente aqueles a quem a população confia o voto para exercer cargos no Executivo. Deles, se espera agilidade quando a sociedade necessita. A catástrofe ocorrida na madrugada de 1º de janeiro em Angra dos Reis, porém, mostrou que dois personagens do governo do estado preferiram não abrir mão do repouso no réveillon.
Primeiro, foi o governador Sérgio Cabral. Ele jura que estava em sua casa, em Mangaratiba, cidade próxima de Angra dos Reis, no dia da tragédia. Porém, só seguiu para lá depois de receber uma saraivada de críticas por sua falta de sensibilidade. Nem o presidente Lula conseguiu contato com ele no dia dos trágicos acontecimentos. Lula acabou falando com o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, que estava no Rio e seguiu para Angra mesmo sem ter ainda a verdadeira dimensão da tragédia.
Já a "atuação" da secretária de Assistência Social e Direitos Humanos do governo de Sérgio Cabral, Benedita da Silva, seria até cômica se a situação não fosse tão dramática. No dia 1º, enquanto os angrenses já contavam mortos, Benedita cuidava da aparência num spa em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, ironicamente terra do casal Garotinho – inimigo político de Cabral. Bené só deu as caras em Angra dos Reis seis dias depois, quando a cidade já contava 52 mortos.
As primeiras providências que ela anunciou foram, pela ordem: ação emergencial para dar novos documentos a quem perdeu os originais; uma campanha pedindo donativos para os desabrigados (algo que, àquela altura, toda a sociedade já estava fazendo) e a doação de cobertores (em pleno verão) e guarda-chuvas apreendidos em operações da Receita Federal. Uma lástima.
Somente nesta na quarta-feira (13) – duas semanas depois do drama dos angrenses ter início – Sérgio Cabral deverá se encontrar pessoalmente com o presidente da República. Na semana passada, ele voltou a Angra, depois de rapidamente sobrevoar a cidade em companhia dos ministros da Cidade, Márcio Fortes, e da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima. Foi anunciada pelo governo federal a liberação emergencial de R$ 80 milhões para Angra – praticamente um terço do valor do prejuízo estimado pela prefeitura, que decretou estado de calamidade pública.
Outro cuja ausência em Angra dos Reis acabou chamando a atenção foi o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. De acordo com o colunista da revista Veja, Lauro Jardim, o bonitão também estava em Mangaratiba no dia 1º de janeiro, mas, em vez de Angra, preferiu continuar o descanso na Amazônia. Minc é do Rio de Janeiro e foi um dos mais ferrenhos ativistas ambientais até ser alçado à condição de secretário e, agora, ministro. Pelo visto, tomou pavor de irregularidades que, quando na oposição, fazia questão de denunciar nem que fosse preciso subir em tijolo para servir de palanque.
O que estes personagens têm em comum, além da inexplicável omissão? Bem, pelo menos dois deles (Benedita ainda não tem esta garantia) estarão percorrendo o estado inteiro pedindo votos nas próximas eleições. Nessa hora, eles "adoram" estar perto do povo".
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO

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