Herois da tragédia em Angra buscam agora vidas no Haiti
Bombeiros do Rio ficaram menos de 12 horas de folga e se ofereceram para ajudar no resgate às vítimas. Brasil envia água, comida e remédios
Rio - Os heróis que resgataram sobreviventes e corpos nos deslizamentos de Angra dos Reis e Ilha Grande embarcaram para o Haiti com a missão de encontrar vida sob os escombros. Vinte e cinco dos 31 homens do Corpo de Bombeiros do Rio que embarcaram ontem às 12h15 trabalharam na tragédia da Costa Verde e tiveram menos de 12 horas para ir em casa buscar fardas limpas e o passaporte. Eles terão o auxílio de quatro cães farejadores que também atuaram no desastre da virada do ano na Costa Verde.
Rio - Os heróis que resgataram sobreviventes e corpos nos deslizamentos de Angra dos Reis e Ilha Grande embarcaram para o Haiti com a missão de encontrar vida sob os escombros. Vinte e cinco dos 31 homens do Corpo de Bombeiros do Rio que embarcaram ontem às 12h15 trabalharam na tragédia da Costa Verde e tiveram menos de 12 horas para ir em casa buscar fardas limpas e o passaporte. Eles terão o auxílio de quatro cães farejadores que também atuaram no desastre da virada do ano na Costa Verde.
“Os 31 bombeiros se apresentaram voluntariamente e partem com a esperança de salvar vidas, já que as chances de sobreviventes em desmoronamentos são bem maiores do que em deslizamentos. As vítimas do Haiti terão mais chances do que as da tragédia de Angra”, afirmou o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Pedro Machado. O grupo é especializado em resgates e salvamentos e deve ficar no Haiti por até 15 dias. Eles foram levados em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e se juntaram a mais 22 homens de Brasília. A aeronave levou 12 toneladas de equipamentos, água (3,5 toneladas), comida e remédios (1,5 tonelada). Mais dois aviões Hércules devem decolar nos próximos dias com 10 bombeiros, estrutura do hospital de campanha e 46 militares de Aeronáutica.
Para ajudar nos salvamentos, os bombeiros levaram almofadas infláveis — que levantam lajes derrubadas — e ferramentas como motosserras e pinças hidráulicas capazes de cortar vigas e concreto. “Esperamos encontrar sobreviventes sob os escombros, mesmo alguns dias depois do terremoto. No atentado às Torres Gêmeas, nos EUA, em 2001, os bombeiros de lá resgataram pessoas com vida quase 10 dias depois”, explica o major Rodrigo Bastos. Ele chegou em casa quarta-feira, depois de 13 dias em Angra dos Reis, e só teve tempo de arrumar fardas limpas e pegar o passaporte antes de seguir para o Haiti. A Defesa Civil do Paraná começou a cadastrar voluntários para ajudar os haitianos. Os interessados podem se inscrever pelo site www.defesacivil.pr.gov.br. A Secretaria Nacional de Defesa Civil já teria chamado alguns voluntários do Rio e de Brasília.
Há 13 anos no Corpo de Bombeiros, José Cláudio Cabral também emendou as duas missões: “Estou cansado, mas feliz pela possibilidade de salvar mais vidas. Faço isso por amor”. Ele foi um dos 11 bombeiros que também estiveram no Malauí, em agosto, nas buscas pelo estudante Gabriel Buchmann, 28 anos, morto no Monte Mulanje. No Haiti, ele contará com a ajuda das labradoras Nina, Shakira e Linda e do pastor belga malinois Flexa. “Elas foram treinadas para encontrar pessoas nas situações mais calamitosas possíveis. Queremos chegar logo e resgatar o maior número de pessoas”, afirmou José Cláudio.
Nove oficiais acompanharam os praças no embarque no início da tarde de ontem. Muitos deles tiveram que tirar o passaporte na última hora, já que partiam para a primeira missão internacional. “Temos mais gente e material à disposição para embarcar à medida que o Exército solicite”, afirmou o secretário estadual de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Côrtes.
Militares fazem parto em meio às ruínas Os militares brasileiros no Haiti estão numa corrida desesperada para salvar vidas. Como vários hospitais desmoronaram, eles estão recebendo as vítimas num pronto-socorro improvisado, sob a cobertura de uma garagem iluminada por holofotes. Num momento dramático, apenas duas horas após o terremoto, os soldados fizeram o parto de uma haitiana no local. Assustada com os tremores, ela teve forte hemorragia e ainda corre risco de vida. O bebê sobreviveu.
O plano emergencial do governo brasileiro atuará em 5 áreas: sepultamento, socorro médico aos feridos, remoção de destroços, reforço da segurança nas operações e distribuição de suprimentos, principalmente água e comida. O ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, se reuniu com o presidente do Haiti, René Préval, para acertar os detalhes. O sepultamento dos haitianos praticantes da religião vodu é uma das maiores preocupações, já que eles não admitem que o corpo seja tocado antes de rituais.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
3 comentários:
Pedro Machado está preso administrativamente, daí não ter viajado para o Haiti.
Informações dão conta que é por desobediência, já que não inscreveu nO cfs dois alunos que conseguiram liminar na justiça ou por problemas no GEP.
Pode verificar, é real.
Anônimo disse...
OS MENOS VALORIZADOS SÃO OS PRIMEIROS ACIONADOS!!!!!!!
Bombeiro que trabalhou em Angra e na Baixada vai para o Haiti
Haiti - Primeiro, foram as chuvas que provocaram inundações e desabamentos, com mortes, na Baixada Fluminense, entre os dias 30 e 31 de dezembro. Depois, os deslizamentos que deixaram mais de 30 mortos em Ilha Grande, no município de Angra dos Reis, no sul do Rio de Janeiro, no primeiro dia do ano.
E, nesses dois locais, o coronel Ricardo Loureiro, do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, esteve presente. Comandante do Grupamento de Busca e Salvamento, Loureiro mal encerrou as buscas em Ilha Grande, com o encontro na quarta-feira do último corpo desaparecido, e já se apresentou para ajudar no resgate das vítimas do terremoto do Haiti.
Ele é um dos 30 bombeiros fluminenses que se dirigem ao país caribenho nesta quinta, para auxiliar nos trabalhos de resgate. "Estamos desde o Ano Novo trabalhando, ininterruptamente. Ontem, após teoricamente a conclusão de Ilha Grande, já fomos acionados para a operação Haiti. Tratando-se de salvar vidas, isso revigora o nosso espírito, e o cansaço some", disse o coronel.
Segundo ele, só quando chegar ao Haiti é que será possível saber como lidar com a tragédia. "Temos que trabalhar sempre como se as pessoas ainda estivessem com vida. Então, chegando lá, já vamos dimensionar a equipe e o material e partir para os locais mais afetados. Temos que fazer um reconhecimento", disse.
Caramba, será verdade?
Um paradoxo cruel, viajaram juntos os Bombeiros mais mal pagos, com os mais bem pagos do Brasil.
Postar um comentário