quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

QUAL É O LADO DA POLÍCIA?

Brasília foi sacudida por mais um escândalo político no governo Luiz Inácio Lula da Silva, o qual teve as suas imagens bizarras exibidas para o mundo, envergonhando as pessoas de bem que ainda integram a população brasileira.
O fato trouxe tamanha ojeriza que até os panetones correm o risco de terem uma queda significativa nas vendas natalinas, após terem sido citados em uma das desculpas.
A consternação trouxe para as ruas pessoas mobilizadas que exigiam a saída do governador de Brasília, José Roberto Arruda (DEM) e com elas a sempre exposta Polícia Militar, que se fez presente no local da mobilização com grande aparato, inclusive com a cavalaria de tristes recordações nas repressões contra mobilizações populares desenvolvidas no Rio de Janeiro décadas atrás.
A mídia filmou a ação da Polícia Militar do Distrito Federal e as cenas nos reportaram aos idos das décadas de sessenta e setenta.
A Polícia baixou o cacete na população.
Obviamente, a Polícia deve restabelecer a ordem pública e o bloqueio de vias públicas não deve ser permitindo para não cercear o direito da população, porém as cenas exibidas demonstraram que longe de solucionar algum problema, a Polícia passou a ser a fonte de outros problemas.
Tudo muito lamentável.
Tenho escrito que a Polícia está doente e que a cada dia se afasta mais do seu cliente, a população.
No Rio transformamos os Policiais Militares e mais recentemente, os Policiais Civis, em guerrilheiros urbanos prontos para matar ou morrer.
A deformidade começou na Polícia Militar que passou a valorizar os cursos de operações especiais, o guerreiro, o cão de guerra, o que segue cegamente para cumprir a missão, não importando quantos corpos deixe no chão.
Esse guerrilheiro é o cara, o fodão, o quebrador de cocos, etc.
O governo o promove por bravura e concede gratificações temporárias ou vitalícias, o destacando entre seus pares até no salário.
A Polícia Civil mergulhou nesse desvio, criou a sua tropa especial e paramentou-se de militar, só faltam as estrelas nos ombros, esqueceu a sua missão e resolveu especializar-se em invadir comunidades carentes.
Investigar não é importante, não é preciso, o fundamental é expor criminosos, armas e drogas apreendidas para a imprensa, com um banner institucional por trás.
O que andam nessa direção pensam ser a polícia do futuro, uma empresa que trabalha com marketing como se estivesse a vender um produto.
Na verdade são polícias doentes, constituídas por muitos policiais gravemente enfermos, que podem ser encontrados facilmente nos quartéis, nas delegacias ou nas páginas dos livros Tropa de Elite ou Sangue Azul.
São policiais desumanizados.
Os governos nos adoeceram a tal ponto que não sabemos mais qual é o lado da Polícia.
Não sabemos servir e proteger.
Afinal, o povo não é importante, fundamental é usar os fuzis para proteger os panetones.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO

2 comentários:

Anônimo disse...

Somente no aspecto da repressão aos educados manifestantes e inocentes estudantes que bloqueiam vias públicas e tentam invadir e depredar propriedade pública ou particular, da próxima vez a Polícia deve agir igual à PM do Paraná no Coritiba e Fluminense: gentilmente pedir para deixarem o campo e parar com a baderna. O resultado todos viram: nocaute de banco da cabeça do PM, paulada nas costas do PM, árbitro agredido, torcedor espancado... Mamãe me ensinou quando a Polícia chegasse eu deveria ir pra casa ou me afastar da confusão. Nunca apanhei de policial por seguir a recomendação da mamãe. Mas afinal, o descontentamento era com os ladrões corruptos, com os jogadores e dirigentes do Coritiba ou com os pobres dos policiais?

Paulo Ricardo Paúl disse...

Grato pelo comentário.
Concordo, respeitar o policial é lição básica e deve ser ensinada no seio da família.
A PM do Paraná, no caso do jogo do Fluminense, demonstrou não estar preparada para reprimir a invasão e a tropa que estav no campo demonstrou a falta de treinamento, inclusive quanto ao uso do escudo.
Tanto em Brasília, quanto no Paraná, nós demonstramos que não estamos treinados adequadamente.