quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

RIO DE JANEIRO: MORRE MAIS UMA INOCENTE, MAS ISSO NÃO DEVE SER IMPORTANTE.

JORNAL O DIA:
Quinto ataque a ônibus no mesmo local.
Bandidos queimam cinco ônibus em Costa Barros após ação da PM que deixou três mortos, entre eles uma inocente.
Christina Nascimento.

Rio - Funcionários das empresas que tiveram ônibus incediados contaram que o ataque de ontem foi o quinto no mesmo local este ano. Desta vez, segundo eles, o que mais impressionou foi número de pessoas que participaram da ação: 30 homens e adolescentes — muitos deles armados — carregando galões de combustível. Passageiros desceram em pânico.
O grupo jogou gasolina nos bancos, ateou fogo e fugiu rapidamente. Os ônibus foram destruídos antes da chegada das equipes do Corpo de Bombeiros, que tiveram o caminho dificultado. Pneus foram queimados na avenida para impedir a circulação de carros. Na via, ficaram as marcas da guerra: tênis e chinelos largados para trás na correria de sair às pressas dos veículos.
“Ateamos fogo mesmo. Não é justo entrarem na comunidade atirando pra todo mundo”, reclamou a moradora Kátia Caetano, de 36 anos. Depois dos ataques aos ônibus, o policiamento na região foi reforçado com veículos blindados.
Um dia de guerra na Zona Norte.
Cinco ônibus foram queimados, ontem à tarde, na Avenida Pastor Martin Luther King, em Costa Barros, em represália à morte de três pessoas — entre elas dois traficantes — durante operação da Polícia Militar no Morro da Pedreira. Uma das vítimas foi a dona de casa Tânia Maria dos Santos, de 49 anos. Ela estava na cozinha, preparando o almoço, quando levou um tiro no rosto. Ao tentar abrigo no quarto, foi atingida por outro disparo no peito.
Durante todo o dia na comunidade, o clima foi de tensão. Parte da avenida ficou interrompida por causa dos tiroteios e da ameaça de novos ataques incendiários. Na ação, policiais apreenderam uma metralhadora que estaria com um dos dois homens mortos.
Segundo o comandante do 9º BPM (Rocha Miranda), Edvaldo Camelo, o confronto começou após um patrulhamento na entrada da comunidade. “A viatura passou e se deparou com três bandidos. Houve troca de tiros e dois foram atingidos. Eles morreram no Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes”, contou o oficial.
Questionado sobre a morte de Tânia, o comandante negou, até o fim da tarde, a informação de que haveria uma mulher baleada. No início da noite, ele voltou atrás e disse que sua equipe que estava investigando o assunto. “Se isso é verdade, lamentamos. Foi uma tragédia”, afirmou.
A dona de casa estava com a filha de 21 anos e dois netos, de 2 e 6 anos, quando foi atingida. Ela foi socorrida numa cadeira e depois numa Kombi por vizinhos, mas já estava morta quando chegou ao Hospital Getúlio Vargas, na Penha.
Questão de segundos.

Os ônibus incendiados eram das linhas 778 ( Pavuna-Cascadura), da Viação Vila Real; 688 (Méier-Pavuna), da Pavunense; 724 (Vale do Ipê-Pavuna), da Flores; e 942 (Penha-Pavuna) e 919 (Bonsucesso-Irajá), ambas da Viação Erig. Segundo funcionários das empresas, mais veículos não foram queimados porque, ao perceber um grupo chegando com gasolina, dois fiscais de ponto foram para avenida e fizeram sinal para que os motoristas retornassem. “Foi tudo muito rápido. Eles só deram tempo para que os passageiros saíssem. Estavam todos muito revoltados. Em segundos, jogaram o combustível e atearam fogo”, contou um fiscal.
O trânsito na Avenida Pastor Martin Luther King foi reaberto por volta das 17h, com a chegada de carros blindados da PM. A segurança na estação Rubens Paiva, do metrô, foi reforçada para evitar tumultos, mas a circulação das composições não sofreu alterações.

JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO

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