Sábado, 19:00 horas e estou lendo o jornal de amanhã - domingo.
Esse é o nosso mundo real, que tantas vezes parece ser surreal.
E nesse nosso mundo, nem sempre a verdade é o que algumas pessoas querem que seja a verdade.
O artigo que transcrevo a seguir está publicado na página 14, do jornal "O Globo", na coluna do jornalista ELIO GASPARI.
"Carão" confessou, mas não atirou
Esse é o nosso mundo real, que tantas vezes parece ser surreal.
E nesse nosso mundo, nem sempre a verdade é o que algumas pessoas querem que seja a verdade.
O artigo que transcrevo a seguir está publicado na página 14, do jornal "O Globo", na coluna do jornalista ELIO GASPARI.
"Carão" confessou, mas não atirou
A galeria de rótulos de Pindorama já teve dois tipos inesquecíveis. Eram o "jovem cineasta" e o "contista mineiro". Não importava o que fizessem, seria coisa boa. Há agora um novo personagem, triste produto do irracionalismo. É o "suposto traficante". Não importa o que tenha feito, mereceu o que teve. O "suposto traficante" pertence a uma espécie que precisa ser extirpada com sacos de plástico e até com a admissibilidade do aborto como acessório da política de segurança pública. Muita gente concorda com isso. Por isso, oferecer mentiras a essas pessoas é atribuir-lhes o papel de bobas.
No último dia 9, o policial Eduardo Henrique de Mattos foi morto enquanto sobrevoava, num helicóptero, a favela do Morro do Adeus. O crime foi desvendado em menos de 48 horas. O delegado Aldari Vianna, da 21a DP, informou que o assassino havia sido preso no Hospital Salgado Filho, onde estava internado com a mandíbula fraturada e ferimentos no corpo. Era Fábio Brum Camargo, o "Carão", de 24 anos, já condenado por assalto a mão armada. Seria um atirador de elite da quadrilah do traficante "Tota", da favela da Grota. Parecia personagem de filme. Caso encerrado, pois "Carão" confessara a autoria do disparo.
Na terça-feira, o filme queimou. O delegado Rodrigo Oliveira, da Coordenadoria de Recursos Especiais da polícia do Rio, o Core, disse ao repórter Pedro Dantas que a confissão de "Carão" era falsa. Segundo o delegado, o tiro que acertou o policial partiu do Morro do Alemão, a mais de um quilômetro de distância do Adeus. Oliveira explicou que "Carão" confessara o crime "para ganhar os louros de ter matado um policial".
A essa altura, quem acha que "suposto traficante" tem mais é que morrer, que as favelas devem ser ocupadas militarmente e que duvidar da polícia é fortalecer os bandidos ganha um problema: precisa acreditar que um sujeito com a mndíbula quebrada inventa que amtou um policial "para ganhar louros".
Quem aceitou a confissão de "Carlão" ficou no papel de bobo. Quem aceita a história dos "louros", faça dela um bom proveito. Quem não acredita em nenhuma das duas fica numa situação delicada: quer justificar a polícia do governador Sérgio Cabral, mas não sabe como.
No último dia 9, o policial Eduardo Henrique de Mattos foi morto enquanto sobrevoava, num helicóptero, a favela do Morro do Adeus. O crime foi desvendado em menos de 48 horas. O delegado Aldari Vianna, da 21a DP, informou que o assassino havia sido preso no Hospital Salgado Filho, onde estava internado com a mandíbula fraturada e ferimentos no corpo. Era Fábio Brum Camargo, o "Carão", de 24 anos, já condenado por assalto a mão armada. Seria um atirador de elite da quadrilah do traficante "Tota", da favela da Grota. Parecia personagem de filme. Caso encerrado, pois "Carão" confessara a autoria do disparo.
Na terça-feira, o filme queimou. O delegado Rodrigo Oliveira, da Coordenadoria de Recursos Especiais da polícia do Rio, o Core, disse ao repórter Pedro Dantas que a confissão de "Carão" era falsa. Segundo o delegado, o tiro que acertou o policial partiu do Morro do Alemão, a mais de um quilômetro de distância do Adeus. Oliveira explicou que "Carão" confessara o crime "para ganhar os louros de ter matado um policial".
A essa altura, quem acha que "suposto traficante" tem mais é que morrer, que as favelas devem ser ocupadas militarmente e que duvidar da polícia é fortalecer os bandidos ganha um problema: precisa acreditar que um sujeito com a mndíbula quebrada inventa que amtou um policial "para ganhar louros".
Quem aceitou a confissão de "Carlão" ficou no papel de bobo. Quem aceita a história dos "louros", faça dela um bom proveito. Quem não acredita em nenhuma das duas fica numa situação delicada: quer justificar a polícia do governador Sérgio Cabral, mas não sabe como.
ASSIM É, SE LHE PARECE.
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL
CORREGEDOR INTERNO
7 comentários:
"ASSIM É, SE LHE PARECE".
MAS, NA ESSÊNCIA, A VERDADE PERMANECE. OU NÃO?
Sr. Cel. Paúl:
Respondendo ao primeiro comentário deste post: NÃO, NESTE CASO A VERDADE NÃO PERMANECE.
Não existem meias verdades com assuntos tão sérios: ou é pau ou é pedra. E isto que aconteceu parece até o fim do caminho...
Podemos até usar "essência" quando temos que abordar assuntos com crianças pequenas que não entenderiam as verdades, por não terem nem vocabulário nem imaginário ao alcance. Mas no triângulo - Delegado, Carão, Delegado - existe toda uma população que necessita que as verdades sejam veiculadas, e não "achadas".
Ah...Desculpe, pois triângulo não há de ser - foi uma bobagem minha -a questão não está concluída para ficar fechada. Acho que será um quadrado e está faltando um lado.
Enfim, espero um quadrado, mas pode ser outra figura geométrica.
Ihhhhh....Tô meia viajandona, mas é lícito: ilícito é autoridade e acreditar em depoimento de marginal querendo "notoriedade".
Será que ele sabe a linguagem dos sinais????
Um abraço,
CHRISTINA ANTUNES FREITAS
Já estava achando que era muita eficiência para uma polícia investigativa que elucida menos de 2% dos homicídios. Tudo é, se lhe parece (ou para aqueles que imitam avestruzes).
Turma 76
Esta é a eficiência de nossa Polícia Investigativa que provoca uma grande quantidade de absolvições.
E A VIDA CONTINUA E NINGUEM FAZ NADA,ESTE É O NOSSO ESTADO.QUE PENA QUE ESTAMOS EM 2007,POIS A ALGUNS ANOS DO PASSADO ESTE CRIME NÃO FICARIA ASSIM,LOGO,LOGO SERIA RESOLVIDO,SEJA DE POLICIAL MILITAR ,CIVIL, FEDERAL OU LÁ O QUE SEJAM.COM CERTEZA LOGO SERIAM RESOLVIDOS.
E O CASO DOS DOIS PMM EXTERMINADOS NO GRAJAÚ?JÁ PEGARAM OS ASSASSINOS?PRECISAMOS TER UMA RESPOSTA DESTA COVARDIA LOGO.
JOÃO DO MEIER
HOJE POR VOLTA DAS DEZ DA MANHÃ MINHA ESPÔSA FOI ASSALTADA POR UMA CRIANCINHA DE MAIS OU MENOS 17 ANINHOS DE IDADE QUE É PROTEGIDO PELAS ONGS,PELA SOCIEDADE,PELA OAB E COMISSÕES DE ARTISTAS,ESSA CRIANCINHA ESTAVA ARMADO COM UM REVOLVER E AINDA CAUSOU LESÕES NO PESCOÇO PARA ROUBAR UM SIMPLES CORDÃO DE OURO,ESTE É O ESTADO QUE VIVEMOS SEM DIREITOS DE IR E VIR COM OS APETRECHOS QUE QUEIRAMOS UTILIZAR.O ASSALTO ACONTECEU NA TIJUCA - RUA GENERAL ROCCA.ISTO ESTA VIRANDO BRINCADEIRA - AGORA MESMO NO MEIER AS SENDAS TEVE QUE SER FECHADA EM FUNÇÃO DA VENDA DE INGRESSOS PARA O JOGO DE DOMINGO, COM ISSO FORAM DESLOCADAS VARIAS PATRULHAS DA PM E VÁRIOS PMM PARA MANTER A ORDEM,ESTE É O PAÍS QUE VIVEMOS,FANFARRÕES.
JOÃO MEIER
JOÃO MEIER:
Espero que sua esposa não tenha esboçado nenhuma reação, pois caso desse um tapa no "menino", ia ser crucificada pelas bondosas ONGS, Afro sei lá o quê, por Socialite que adoooooora uma criancinha infratora.
Afinal o que é um cordão de ouro roubado e um pescoço machucado? Não podemos traumatizar essa população de menores...Só temos o direito de ficarmos traumatizados, e indignados: e isso bem baixinho, senão eles caem de pau em quem protesta!
Um abraço para você e sua esposa!
CHRISTINA ANTUNES FREITAS
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