sábado, 26 de fevereiro de 2011

RIO: O PM COMEÇA A SE ENDIVIDAR NO CONCURSO E NO CURSO DE FORMAÇÃO.

Ser Policial Militar no Rio de Janeiro é muito difícil, os salários são miseráveis, as condições de trabalho muito ruins e os riscos de morte enormes, tanto no serviço, quanto na folga.
Ontem, mais um PM foi assassinado quando estava de folga (leia).
Apesar dessas verdades, o número de candidatos para ingressar na PMERJ é muito grande, chegando a ultrapassar os 50.000 candidatos nos concursos para o Curso de Formação de Soldados (CFSd), afinal o emprego oferecido é público e as provas para ingresso fáceis.
A jornalista Berenice Seara publica neste sábado matéria sobre o custo que cada candidato tem que arcar para a realização dos exames médicos, pois a Polícia Militar não pode mais realizar os exames, considerando que com a abertura das portas da corporação (facilitação das provas), os aprovados passaram a ser mais de 40.000 na prova escrita.
Cada candidato terá que gastar cerca de R$ 1.200,00 nos exames médicos.
O pior é que os problemas não acabam por aí para quem deseja entrar na Polícia Militar.
Os aprovados e matriculados no CFSd ficam por três ou quatro meses sem receberem o pagamento, em razão dos problemas da burocracia estatal, o que faz com que comecem a vida se endividando nos empréstimos oferecidos nos próprios quartéis da Polícia Militar.
Começa já na formação uma relação que os Policiais Militares levam por toda via, a relação com as financeiras.
Hoje é comum o fato de um PM novato ter dois ou três empréstimos corroendo o salário famélico.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

2 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia Coronel,
Gostaria de voltar um pouco e relembrar do caso que na semana passada tomou conta da mídia brasileira, quando uma policial civil paulista teve a sua roupa arrancada por um delegado, a titulo de confirmação de suborno e revista pessoal.
Preste atenção no video que esta difundido na internet, e ouça a frase dita pelo delegado quando mostra o dinheiro para a camera que ali tudo filma:
"Tá aqui o dinheiro, está xerocopiado"...
Essa palavra, xerocopiado, não nos dá uma idéia de flagrante forjado?
Isso não é proibido?
Isso não dá azo para que a colega volte a integrar sua corporação e ainda entre com ação de abuso de autoridade?
Gostaria que essa minha duvida fosse sanada, e assim, talvez, menos uma arbitrariedade seja feita pelos "seres pensantes" aos simples mortais.

Paulo Ricardo Paúl disse...

Grato pelo comentário.
Não sou a pessoa mais adequada para promover discussões jurídicas, mas penso que tenha sido um flagrante preparado que é aceito, pelo emnos conheço casos em que foram aceitos. Na verdade, ao xerocopiar as notas, o autor da diligência ajuda na construção da prova, ou seja, o material que estava com a vítima é o material encontrado com a autora. Penso que isso seja adequado para a instrução criminal.
Lamento não ter o conhecimento técnico específico.