Em 2005, eu e o Coronel de Polícia Esteves começamos a idealizar a formação de um grupo de Coronéis para defender a PMERJ e lutar contra a subserviência ao poder político da corporação. O grupo só pode ser efetivado em 2007, sendo denominado como o grupo dos Coronéis Barbonos.
Pergunto:
Eu quis ser o líder? Não. Ao contrário, sempre lutei pelo colegiado, tendo cobrado até um rodízio na concessão das entrevistas às redes de televisão que estavam presentes em todas as nossas reuniões.
Em 2009, quando ninguém no Rio de Janeiro estava lutando pela aprovação da PEC 300/2008 (hoje PEC 446), eu organizei e financiei a primeira marcha sobre o tema, isso na Praia de Copacabana.
Pergunto:
Eu quis ser o líder? Não. Inclusive solicitei ao final da caminhada que fosse criada uma comissão para gerir a mobilização, o que foi feito na época e que atualmente se perdeu.
Em 2011, os Bombeiros iniciaram uma mobilização, eu participo desde o começo. Aliás, o único Coronel PM ou BM que participa desde os primeiros passos e que participou de todos os atos até hoje.
Pergunto:
Eu quis ser líder? Não. Nem poderia, o movimento era dos Bombeiros.
Caro leitor, nesse ponto você pode estar se perguntando, por que o Coronel Paúl nunca quis liderar os movimentos?
Simples. Primeiro eu sempre defendi o trabalho em conjunto (equipe), onde todos atuam como colaboradores para o sucesso, para o alcance dos objetivos. Nunca considerei nenhuma função mais importante que outra, afinal as nossas instituições funcionam como um sistema de papéis, onde cada um é imprescindível para o resultado desejado. Além disso, cultuar lideranças só enfraquece a mobilização. Elas devem existir sempre, elas são importantíssimas, elas impulsionam o movimento, porém devem permanecer embutidas no processo interno, onde serão certamente valorizadas ao seu tempo.
Leitores, os senhores lembram em 2007/2008 quando quiseram enfraquecer a mobilização e me colocaram como líder dos Coronéis Barbonos na mídia. Dias depois o jornal Extra estampou na capa que “Caiu o Líder dos Barbonos”, divulgando (antecipando) que eu seria exonerado da função de Corregedor Interno. O próprio secretário de segurança confirmou a minha ida para a DGP, mas eu resisti e não fui exonerado. O furo do jornal Extra virou uma “barriga”, como dizem no vocabulário jornalístico, mas tudo terminou muito bem entre o Coronel Paúl e os jornalistas do Extra.
Lembram em 2011, no calor da mobilização do SOS Bombeiros, que a imprensa destacou que havia interesse político, pois vários líderes dos Bombeiros já tinham sido candidatos a cargos eletivos.
Pois é...
Cultuar lideranças só serve para dar destaque aos cultuados, nada acrescentam de positivo para a mobilização, só agregam negatividades, inclusive dois defeitos terríveis da espécie humana: a vaidade e a inveja.
Infelizmente, igual resultado provoca o mau uso da religiosidade, por exemplo. Considero muito importante que diante do trabalho em conjunto de centenas (milhares) de pessoas que ocorra no início dos trabalhos um minuto de reflexão, no qual os que não professam qualquer religião possam refletir positivamente sobre o que será desenvolvido e para que os religiosos possam fazer seu culto, seu momento de ligação com o divino, mas isso em silêncio, para que um não atrapalhe o outro. Considero isso perfeito, mas em contra partida impor uma religião gritando ao microfone e/ou entoando cânticos exclusivamente de uma religião, isso só desagrega e deve ser repudiado e não estimulado. O movimento SOS Bombeiros insistiu nesse erro o tempo todo. Espero que amanhã já exista uma evolução para o minuto de reflexão, o respeito a fé de cada um e não imposição de uma religião para o movimento, a religião do líder. Isso não levou a nenhuma vitória e ainda fez com que surgissem incontáveis críticas de vários setores.
Escrito isso, no próximo artigo revelo quem foi o líder de fato do extraordinário movimento SOS Bombeiros e que deverá ser o líder da nova fase da mobilização, mas não esqueçam, uma liderança interna e não para dar palanque para ninguém.
Juntos Somos Fortes!