sexta-feira, 25 de setembro de 2009

OS SECRETÁRIOS DE SEGURANÇA SÃO UM PROBLEMA NO BRASIL, ALIÁS, QUEM PRECISA DELES?

Ceará.
Secretário adverte delegados.
Em clima de insatisfação e constrangimento, cerca de 100 delegados da Polícia Civil se reuniram, na manhã de ontem, com o secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, Roberto Monteiro. Protegido por quatro seguranças armados e ainda com vários agentes da Coordenadoria de Inteligência (Coin) espalhados pelo ambiente, Monteiro ficou frente a frente com a categoria um dia depois de exonerar das funções três delegados da instituição, considerados da "linha de frente" no combate ao crime organizado.
Na reunião, Monteiro voltou a afirmar que não permitirá que a Polícia Civil exponha a imagem de presos na Imprensa. Na platéia, além dos profissionais veteranos, também estavam os novos delegados, recém-empossados no cargo.
Punir.
O clima ficou tenso quando o titular da SSPDS reiterou sua posição em relação ao tratamento dispensado aos presos. Prometeu punir aqueles delegados e policiais civis que desobedecerem à sua determinação. Para os delegados, a ordem do secretário soa como "censura".
A atitude de Monteiro veio agravar a crise que se instalou na Segurança Pública do Estado do Ceará há, pelo menos, um ano. Depois de dizer abertamente que a Polícia Civil "está falida", que "não confia em nenhum delegado" e que "a Polícia Civil não sabe investigar", Monteiro voltou a entrar em rota de colisão com a categoria depois das três exonerações.
Na reunião, ele falou ainda de projetos para a Segurança, como a implantação da Divisão de Homicídios, que será subdividida em cinco delegacias, e como será a nova Academia de Polícia do Estado. De volta ao tema das exonerações, o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil (Sindepol), Lusimar Cunha Moura, tentou ponderar junto ao secretário.
"O senhor é um homem de bom senso, acredito que vá rever suas decisões". Monteiro respondeu: "Eu sou nordestino, e como bom nordestino eu digo: prego batido, ponta virada", calando o público presente. "Isso é intimidação", revoltou-se um dos delegados que deixou o auditório logo em seguida.
No fim do encontro, Monteiro saiu apressadamente, cercado pelos seguranças e agentes da Coin, tentando driblar a Imprensa. Mas deu uma breve entrevista ao Diário do Nordeste enquanto se dirigia do auditório do Batalhão de Policiamento Comunitário (Ronda) para seu gabinete. "Exonerei os delegados porque descumpriram uma ordem minha", respondeu. Ainda segundo ele, a reunião não ocorreu por conta das exonerações. "Ela já estava previamente marcada. Acontece toda última quinta-feira do mês".
Entre os delegados presentes ao evento, estavam dois dos três exonerados. Romério Almeida, destituído do cargo de titular da Delegacia Metropolitana de Maracanaú, disse que recebeu a notícia com surpresa, porém de forma serena.
"Tenho a consciência de que não descumpri nenhuma ordem. A minha exoneração foi por conta da apresentação do preso Francisco Juciê de Sousa Sales, o ´Ciê Preto´, que era acusado de, pelo menos, 15 assassinatos ocorridos no distrito da Pajuçara. Nós, que trabalhamos como agentes da Segurança, somos passíveis de censura, críticas e atos administrativos. Tenho 29 anos de Polícia e estou à disposição da Secretaria de Segurança. Acredito que o secretário tenha tido seus motivos para a exoneração", disse.
César Wagner Martins, destituído do cargo de titular da Delegacia de Narcóticos (Denarc), afirmou que está à espera de um novo posto. "O secretário Roberto Monteiro já me deu dois grandes desafios. Inicialmente, foi estar à frente da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), onde conseguimos os melhores índices daquele órgão. Depois foi a Denarc. Tiramos de circulação cerca de 400 traficantes para dar sossego à sociedade. Estou aguardando o terceiro desafio. Estou pronto, renascendo a cada dia", declarou César Wagner.
Desmentiu.
Na nota oficial distribuída à Imprensa, a SSPDS revelou que o motivo das exonerações foi o fato de os delegados não terem preservado a imagem dos presos. Monteiro teria cumprido uma exigência da OAB-CE. No entanto, a Ordem negou ter pedido qualquer exoneração.
REAÇÃO
Sindepol diz que há clima de insatisfação
"Trabalhar hoje, é sinônimo de punição". As palavras do delegado Lusimar Moura, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil (Sindepol) expressaram, ontem pela manhã, o clima de insatisfação que tomou conta da categoria após a exoneração de três delegados pelo secretário de Segurança, Roberto Monteiro. "Há uma indignação velada da categoria", afirmou depois de conversar com grupos de delegados que participaram da reunião.
Após o encontro, Lusimar convocou os delegados para uma reunião emergencial. "O sindicato vai orientar a categoria a não apresentar mais presos à Imprensa. Não vamos mais fornecer informações. A partir de agora seremos obrigados a trabalhar sem a fiscalização de vocês, jornalistas. Isso porque estamos na expectativa de sermos punidos, conforme avisou o secretário", declarou.
Segundo Lusimar, o Sindepol avaliou a decisão do secretário como "muito drástica", apesar de Roberto Monteiro ter ressaltado, no evento, que a medida "tinha caráter educativo". "Delegados que estavam trabalhando foram punidos. E foram punidos porque estavam trabalhando", ressaltou.Para Lusimar, a exoneração dos delegados agravou a apreensão da categoria. "O delegado César trabalhou muito, prendeu centenas de traficantes, mesmo sem as mínimas condições. Há algo mais por trás disso. Ele fazia investigações pesadas, estava chegando a traficantes importantes. Agora, foi impedido de trabalhar, por quê?".
Comandos
As divergências entre Monteiro e as cúpulas das polícias Civil e Militar vêm ocorrendo desde o começo da sua gestão. O primeiro a "cair" foi o comandante-geral da PM, coronel Adahil Bessa de Queiroz. Depois, Monteiro tentou exonerar o superintendente da Polícia Civil, Luiz Dantas; e o comandante geral, coronel William Alves Rocha, mas não conseguiu. Mais recentemente, exonerou o comandante do Policiamento da Capital, coronel Sérgio Costa.
Fonte: Diário do Nordeste.
As secretarias estaduais de segurnaça são órgãos inteiramente dispensáveis, são caríssimos para o erário público e não apresentam qualquer utilidade prática.
Devemos lutar pela extinção de todas elas elevando à secretarias estaduais as Polícias Militares e as Polícias Civis.
Igual raciocínio deve ser atribuído às secretarias de defesa civil, com a elevação dos Corpos de Bombeiros Militares.
O modelo atual é arcaico e improdutivo, o novo modelo é mais ágil e muito mais barato, estamos jogando o dinheiro público no lixo.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO

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