segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

KASPAROV DESISTIU - 1) c8=C, Ra3; 2) Cb6, axb; 3) axb++

Eu sou assinante das revistas Veja e Época, sendo um leitor de segunda mão, considerando que o meu filho tem preferência na leitura.
Leio depois dele, essa é a regra.
Hoje, recebi a Época que chegou no sábado, com a promessa de devolver logo e folheando a revista fui surpreendido com a notícia:

Fala Mundo – Um Olhar para o Planeta
Rússia
O XEQUE-MATE DE PUTIN

Garry Kasparov tinha desistido de concorrer às eleições russas que ocorrerão em maio de 2008.
Vladimir Putin indicou para concorrer pelo seu partido o vice-premiê, Dimitri Medvedev, que afirmou que se eleito o seu primeiro ministro será Putin.

Interessante a alternância.
E assim, Kasparov desistiu!
Um gênio do xadrez, Kasparov teve ter percebido que a partida estava irremediavelmente perdida, talvez posicionalmente perdida e deitou o seu rei no tabuleiro.
No xadrez esse gesto significa a desistência, o abandono da partida e deve ser seguido do cumprimento ao vencedor, um aperto de mãos, tendo o derrotado a iniciativa do gesto.
Eu não sei se Kasparov acenou com esse aperto de mãos após abandonar a partida, a notícia não alcançou esse detalhe.
Sinceramente, nada sei sobre a política na Rússia, mal consigo acompanhar a política brasileira, entretanto, conheço os primeiros passos do xadrez.
O xadrez é um esporte fascinante.
A excelência na arte das estratégias e das táticas.
Trinta e duas peças, dezesseis de cada lado, transformam as sessenta e quatro casas do tabuleiro em um verdadeiro universo de complexidade.
Um jogador como Kasparov treina em média mais de dez horas por dia, durante anos, para se tornar um grande campeão.
Eu abandonei os estudos enxadrísticos em 1976, quando ingressei na Escola de Formação de Oficiais.
Naquela época eu era pouco mais que um “capivara” – um iniciante que comete erros grosseiros - porém começava a estudar com dedicação, usando livros em espanhol, os melhores disponíveis.
Os livros e as revistas ainda estão no armário, defasados, esperando que surja um tempo para o reinício do aprendizado, o que pode ocorrer na inatividade que se aproxima rápida.
Quem sabe?
Uma notícia sobre Kasparov já tinha me surpreendido em novembro, a sua prisão.


Ex-campeão de xadrez é preso em comício anti-Putin
O ex-campeão mundial de xadrez Gary Kasparov foi preso neste sábado durante um comício de oposição não autorizado em Moscou.


Li a notícia no site da BBC Brasil.com
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/04/070414_kasparovpresorw.shtml

E pensei cá com meus botões, caramba é o fim do mundo, estão prendendo até enxadristas que participam de mobilizações!
E eu aqui, enxadrista, escrevendo em blog e participando de uma mobilização pelo resgate da cidadania do Policial Militar.
Bobagem!
Tudo foi muito rápido, um pensamento sem qualquer sentido, eu estou no Brasil, a terra da liberdade de expressão, onde se fala mal do presidente da república em cada esquina, em cada espaço da mídia.
A Rússia é a Rússia e o Brasil é o Brasil!
Na Rússia as crianças nascem jogando xadrez e no Brasil as crianças nascem jogando futebol.
Kasparov é um gênio do xadrez, eu sou um capivara!
Kasparov queria ser presidente, eu sou o que sonhei ser - Coronel da Polícia Militar!
Kasparov abandonou a partida, vendo que não poderia vencer e inclinou seu rei sobre o tabuleiro, enquanto a nossa mobilização pela cidadania do Policial Militar ainda está na primeira fase, o que no xadrez chamamos de “abertura”.
As estratégias ainda não estão definidas.
Uma coisa é fato, a política e o xadrez são muito parecidos.

Talvez por isso Kasparov tenha se aventurado na política.
Ambos possuem as suas estratégias, as suas táticas e os seus segredos.
A partida pelo resgate da cidadania do Policial Militar está começando e como no xadrez, cada lance deve ser pensado à exaustão.
Cada pequena vantagem posicional pode ser decisiva.
Todos nós que estamos empenhados nessa mobilização precisamos estar preparados inclusive para os “sacrifícios”.
No xadrez é comum o sacrifício de peças para a obtenção de vantagens decisivas.
Porém, vamos deixar para lá os problemas da Rússia.
Kasparov é um gênio, eu sou um “capivara”.
E nós estamos no Brasil.
Ninguém está preocupado com Kasparov.
Aliás, estamos todos felizes considerando que o melhor jogador e a melhor jogadora de futebol do mundo são brasileiros.
E isso é sensacional no país do futebol!

Isso sem falar que a Petrobrás voltará a investir na Bolívia!

E para terminar deixo um problema de xadrez, um mate em três lances.
Um problema elaborado pelo Papa João Paulo II.

Pegue seu tabuleiro e monte.

Brancas: Rc3, Bb4, Ta6, a5, b4, c7, d6.

Pretas: Ra4, a7.


Pense e resolva.
A solução está no título desse artigo.
Não faça nenhuma artimanha, o xadrez e a política não são tão parecidos assim.


PAULO RICARDO PAÚL

CORONEL

CORREGEDOR INTERNO

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