BLOG REPÓRTER DE CRIME - JORGE ANTÔNIO BARROS:
CENSURA NA PM.
Deputados vão cobrar de Cabral revisão de punição a coronel
O coronel Menezes, 35 anos de PM e preso porque falou a verdade: "Nunca vi política de segurança pública"
Enfim, a questão da censura na PM, que resultou na prisão do coronel que falou a verdade, pode chegar ao andar de cima.
"O governador Cabral tem que rever essa prisão, que é inaceitável. Ele tem esse poder e não pode se omitir. Não estamos aqui em visita ao coronel somente em solidariedade a ele. É muito simbólico que essa prisão tenha ocorrido na mesma semana em que houve a condenação de milicianos como o vereador Jerominho e o deputado Natalino e a expulsão da Polícia Civil de Álvaro Lins (ex-chefe de Polícia e deputado estadual cassado). Os fatos colocam a Polícia Militar na contramão. O que o governo vê com bons olhos?".
A declaração foi dada pelo presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio, deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que foi ontem com um grupo de políticos e representantes da sociedade civil visitar o coronel Ronaldo Menezes, preso no 4º Comando de Policiamento de Área (CPA), em Niterói. O grupo atendeu a um convite feito por Freixo.
Um relato da reunião foi enviado por e-mail pela assessora de Freixo e minha amiga, a repórter Paula Máiran:
"Durante o encontro, Freixo e o deputado Flávio Bolsonaro (PP) assumiram o compromisso de cobrar do governador Sérgio Cabral, em documento assinado, um posicionamento sobre a punição disciplinar imposta ao coronel por ter emitido opinião no artigo intitulado "A perversidade do "bico" e a privatização da segurança, publicado em maio do ano passado no blog do coronel Ricardo Paúl.
O parlamentar do PSOL pretende cobrar esclarecimentos sobre a prisão de Menezes também ao secretário de Segurança Pública, Mariano Beltrame, em audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Assembléia, no próximo dia 17/3, às 9h, cujo tema de discussão será o bico de policiais durante o carnaval. [Reportagem publicada pelo GLOBO revelou no domingo de carnaval que cerca de 60 oficiais da ativa da PM fizeram "bico" para uma empresa de segurança contratada pela Liga das Escolas de Samba]
"Sempre fui identificado como um militar linha-dura e nunca constou uma única punição na minha ficha", desabafou o coronel Menezes. "Eu não transgredi quando escrevi o artigo, no qual fiz uma relação entre o bico, a segurança privada e os baixos salários na corporação", defendeu-se o coronel Menezes, cujo período de prisão se encerra no próximo sábado (14/3). Freixo e Bolsonaro vão cobrar do governador que retire o registro da punição da ficha do oficial.
Segundo Menezes, que no artigo apresentou um relato da evolução, no Rio, do envolvimento de policiais em bicos, a partir da segurança de condomínios de classe média alta, estendo-se mais tarde ao comércio e mais recentemente até ao crime organizado com a chegada das milícias e seu envolvimento político. "O fato é que nunca vi política de segurança pública. Vi planos de segurança, mas política nunca houve. Política é algo mais abrangente e sofisticado, é sólida e não se altera. Não importa quem chega (ao governo), vai ter de ser cumprida", acusou o oficial. Ele integrou movimento de oficiais conhecido como Barbonos, um grupo inicialmente formado por nove PMs, dos quais oito foram destituído dos cargos, no ano passado. A exceção foi o coronel Gilson Pitta Lopes, atual comandante-geral da PM. "Todos nós havíamos assumido por escrito o compromisso moral de não assumir o comando-geral", revelou ainda Menezes, cujo artigo foi postado na internet no ano passado.
Da visita, também participaram o advogado João Tancredo, do Instituto de Defesa dos Direitos Humanos; o tenente-coronel Antonio Carlos Carballo; o vereador do PSOL Renatinho, um dos dirigentes do partido, Paulo Eduardo, além do vereador Felipe Peixoto (PDT) e representantes de moradores da cidade de Niterói. Menezes já comandou o 4º CPA, onde está preso, o 12º BPM (Niterói) e foi secretário municipal de Segurança da cidade."
Dois leitores e comentaristas atuantes deste blog também participaram da visita - o delegado Alexandre Neto e a médica Mônica Reis.
Os deputados Marcelo Freixo e Flávio Bolsonaro, da Comissão de Direitos Humanos da Alerj (de terno e grava à esquerda) visitam o coronel Menezes. O delegado Alexandre Neto (de camisa listrada) participa do histórico encontro, em que pela primeira vez a Comissão visitou um policial preso injustamente.
Deputados vão cobrar de Cabral revisão de punição a coronel
O coronel Menezes, 35 anos de PM e preso porque falou a verdade: "Nunca vi política de segurança pública"
Enfim, a questão da censura na PM, que resultou na prisão do coronel que falou a verdade, pode chegar ao andar de cima.
"O governador Cabral tem que rever essa prisão, que é inaceitável. Ele tem esse poder e não pode se omitir. Não estamos aqui em visita ao coronel somente em solidariedade a ele. É muito simbólico que essa prisão tenha ocorrido na mesma semana em que houve a condenação de milicianos como o vereador Jerominho e o deputado Natalino e a expulsão da Polícia Civil de Álvaro Lins (ex-chefe de Polícia e deputado estadual cassado). Os fatos colocam a Polícia Militar na contramão. O que o governo vê com bons olhos?".
A declaração foi dada pelo presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio, deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que foi ontem com um grupo de políticos e representantes da sociedade civil visitar o coronel Ronaldo Menezes, preso no 4º Comando de Policiamento de Área (CPA), em Niterói. O grupo atendeu a um convite feito por Freixo.
Um relato da reunião foi enviado por e-mail pela assessora de Freixo e minha amiga, a repórter Paula Máiran:
"Durante o encontro, Freixo e o deputado Flávio Bolsonaro (PP) assumiram o compromisso de cobrar do governador Sérgio Cabral, em documento assinado, um posicionamento sobre a punição disciplinar imposta ao coronel por ter emitido opinião no artigo intitulado "A perversidade do "bico" e a privatização da segurança, publicado em maio do ano passado no blog do coronel Ricardo Paúl.
O parlamentar do PSOL pretende cobrar esclarecimentos sobre a prisão de Menezes também ao secretário de Segurança Pública, Mariano Beltrame, em audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Assembléia, no próximo dia 17/3, às 9h, cujo tema de discussão será o bico de policiais durante o carnaval. [Reportagem publicada pelo GLOBO revelou no domingo de carnaval que cerca de 60 oficiais da ativa da PM fizeram "bico" para uma empresa de segurança contratada pela Liga das Escolas de Samba]
"Sempre fui identificado como um militar linha-dura e nunca constou uma única punição na minha ficha", desabafou o coronel Menezes. "Eu não transgredi quando escrevi o artigo, no qual fiz uma relação entre o bico, a segurança privada e os baixos salários na corporação", defendeu-se o coronel Menezes, cujo período de prisão se encerra no próximo sábado (14/3). Freixo e Bolsonaro vão cobrar do governador que retire o registro da punição da ficha do oficial.
Segundo Menezes, que no artigo apresentou um relato da evolução, no Rio, do envolvimento de policiais em bicos, a partir da segurança de condomínios de classe média alta, estendo-se mais tarde ao comércio e mais recentemente até ao crime organizado com a chegada das milícias e seu envolvimento político. "O fato é que nunca vi política de segurança pública. Vi planos de segurança, mas política nunca houve. Política é algo mais abrangente e sofisticado, é sólida e não se altera. Não importa quem chega (ao governo), vai ter de ser cumprida", acusou o oficial. Ele integrou movimento de oficiais conhecido como Barbonos, um grupo inicialmente formado por nove PMs, dos quais oito foram destituído dos cargos, no ano passado. A exceção foi o coronel Gilson Pitta Lopes, atual comandante-geral da PM. "Todos nós havíamos assumido por escrito o compromisso moral de não assumir o comando-geral", revelou ainda Menezes, cujo artigo foi postado na internet no ano passado.
Da visita, também participaram o advogado João Tancredo, do Instituto de Defesa dos Direitos Humanos; o tenente-coronel Antonio Carlos Carballo; o vereador do PSOL Renatinho, um dos dirigentes do partido, Paulo Eduardo, além do vereador Felipe Peixoto (PDT) e representantes de moradores da cidade de Niterói. Menezes já comandou o 4º CPA, onde está preso, o 12º BPM (Niterói) e foi secretário municipal de Segurança da cidade."
Dois leitores e comentaristas atuantes deste blog também participaram da visita - o delegado Alexandre Neto e a médica Mônica Reis.
Os deputados Marcelo Freixo e Flávio Bolsonaro, da Comissão de Direitos Humanos da Alerj (de terno e grava à esquerda) visitam o coronel Menezes. O delegado Alexandre Neto (de camisa listrada) participa do histórico encontro, em que pela primeira vez a Comissão visitou um policial preso injustamente.
JORGE ANTÔNIO BARROS
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO