sábado, 29 de março de 2008

BLOG DO GUSTAVO DE ALMEIDA - 27/03/2008 - TRINCHEIRAS CARIOCAS

Quinta-feira, 27 de Março de 2008
Trincheiras cariocas
Trincheiras cariocas é o nome de ótima série que o jornal Correio Brasiliense, da capital federal, está realizando há alguns dias. Na série, abordaram as conseqüências graves da pressão a que são submetidos os profissionais de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Vale a pena ler:
TRINCHEIRAS CARIOCAS
Rotina perturbadora
O convívio diário com a violência do Rio de Janeiro faz policiais civis e militares acumularem sérios problemas de saúde. Distúrbios psicológicos já são a segunda maior causa de afastamentos na PM
Ricardo Miranda
Da equipe do Correio
Rio de Janeiro — Uma das radiografias mais completas feitas sobre os policiais civis e militares fluminenses mostra duas corporações doentes, com homens desmotivados e salários achatados, arriscando suas vidas com equipamentos defasados, estresse acima do suportável e taxas de mortalidade consideradas “absurdas”. O estudo do Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli (Claves), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostra um impressionante aumento das taxas de vitimização de policiais nos últimos 10 anos, decorrentes da falta de planejamento, das precárias condições de trabalho e até mesmo das cargas horárias excessivas provocadas pelo duplo emprego.
Chefe da pesquisa, intitulada “Estudo comparativo sobre riscos profissionais, segurança e saúde ocupacional dos policiais civis e militares do estado do Rio de Janeiro”, Maria Cecília Minayo diz que os policiais também são vítimas da violência, tantos são os danos psicológicos sofridos com o convívio diário com a morte. A chamada “naturalização da violência” tem ainda outro efeito colateral perverso: faz os policiais enxergarem-na como algo comum à realidade, quase irreversível. Isso diminui a capacidade do policial de atender a sociedade. A “guerra” diária travada no combate à criminalidade já deixa seu exército de mortos e feridos. De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP) do governo do estado, 144 policiais militares foram mortos em 2006, sendo apenas 19% (27) em serviço. Nesse período, 337 policiais foram feridos em serviço e 363 quando estavam de folga. Entre 2002 e 2006, o número de policiais mortos chega a 776.
Nesse período, o número de feridos chega a quase 4 mil.
A mãe do Soldado Darvan Jefferson Pereira das Chagas, 25 anos, assassinado em 5 de agosto de 2004, enquanto patrulhava uma rua, é dura: - “Policial vive pior que qualquer cidadão. A escolha dele pela farda foi para não ter que ficar na fila de emprego. Ele escolheu a PM para ter uma segurança”, conta Tânia Braveza, 47 anos, desempregada, moradora de Vilar dos Teles, na Zona Norte do Rio. Ela lembra o dia em que perdeu o filho. Darvan saiu de casa com R$ 25 na carteira. - “A sociedade tem que saber que eles (os PMs) são gente. As pessoas olham para eles como se fossem bichos”, desabafa.
Segundo a pesquisa, entre as principais lesões físicas permanentes estão deformidades no pé, perna, coluna, dedos, mãos ou braços. No aspecto psicológico, quase 40% dos policiais militares afirmam ter problemas durante o sono, contra 53,5% dos policiais civis. Quase metade de ambas as categorias alegam problemas como nervosismo ou tensão, reflexo do cotidiano estafante nas ruas do Rio.
Além disso, 13% dos policiais militares alegaram fazer uso de algum tipo de tranqüilizante para relaxar, contra 10% dos civis. Não existe, apesar disso, qualquer tipo de apoio ou serviço especializado para tratar esses males. Os problemas psicológicos já são a segunda maior causa de afastamento na corporação da Polícia Militar, informação praticamente desconhecida pela opinião pública. Em 2007, foram 1.161 casos, número só superado pelas lesões traumáticas, segundo estatísticas do Departamento Geral de Saúde da PM.

GUSTAVO DE ALMEIDA
http://gustavodealmeida.blogspot.com/2008/03/trincheiras-cariocas.html

JUNTOS SOMOS FORTES!
DEUS ESTÁ NO COMANDO!

PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CIDADÃO BRASILEIRO PLENO

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