sexta-feira, 24 de junho de 2011

CONFORMISMO INACEITÁVEL E SUICIDA - VAlte Ref SERGIO TASSO VÁSQUEZ DE AQUINO.

CONFORMISMO INACEITÁVEL E SUICIDA
* VAlte (Ref) Sergio Tasso Vásquez de Aquino

Antigamente, por exemplo nos tempos em que eu e meus contemporâneos éramos educados no lar, na igreja e na escola, os brasileiros recebíamos lições, para a vida, baseadas nos ensinamentos éticos e morais que plasmavam nossa sociedade, em que eram promovidos o Bem e a Justiça como riquezas supremas, a virtude como norma de vida, a ser incessantemente buscada e praticada, o estudo, o esforço e o trabalho honrado como fontes legítimas de progresso pessoal e de ascensão, inclusive material, a caridade e a bondade para com os semelhantes como guias comportamentais. Ao mesmo tempo, eram francamente indigitados e combatidos o mal, a mentira, o emprego do poder e da força para oprimir e escravizar, as ações fraudulentas e desonestas, a esperteza e o engodo para amealhar riqueza, o vício e toda forma de desvio ético-moral e os comportamentos e atitudes atentatórios aos bons costumes. Era assim, pois, formada a base da nacionalidade.
Hoje, infelizmente, é preciso reconhecer que tudo mudou. O drama, que chega ao trágico, pode ser mundial, mas assume feição extremamente agravada no Brasil dos nossos amores e das nossas esperanças. Parece que voltamos aos tempos de Noé, logo antes do dilúvio!
Toda sorte de indignidade é estimulada e cometida, com toda a tranquilidade, às escâncaras e, até, com certo orgulho pervertido da parte dos praticantes, diante da indiferença, mesmo do aplauso da maioria das pessoas, intoxicadas por falsos conceitos de “liberdade, autodeterminação, direitos humanos” e que tais, de livre curso e ampla difusão. Tudo é permitido, tudo é relevado, tudo é justificado, tudo é perdoado! Os maiores absurdos!
Está difícil, beirando o impossível, apontar-se uma pessoa ou grupo de pessoas, um partido político que realmente possam merecer a esperança e a confiança dos homens e mulheres de bem, para serem investidos de poder político, seja administrativo-executivo, seja legislativo, em seus diferentes níveis, para realizar o bom governo e elaborar as leis que tornem melhor e mais justo o ambiente social e mais feliz, mais próspero e mais consciente o povo. São escândalos e escândalos que se sucedem, em perversa e diuturna rotina, envolvendo incentivo aos maus costumes, à violência, e desprezo pelo direito e pela dignidade da pessoa humana, desvios de recursos públicos, enriquecimentos ilícitos, advocacia administrativa e legislação em causa própria, exercício da função pública como fonte apenas de indevidas vantagens e benesses pessoais, grupais e corporativas, com total desconsideração pelas reais e terríveis necessidades de governados e representados.
A penúltima barbaridade, já que uma nova estará certamente em gestação neste momento, é configurada pelo incentivo e pela promoção à ignorância e à incultura, patrocinados, apoiados, justificados e defendidos pelo Ministério da Educação!
O mais aterrador é que tudo se passa sem grandes esboços de reação, mesmo da parte daqueles que, funcionalmente e nos variados setores e níveis de atividade, teriam a missão e o dever de defender e zelar pelo Brasil, o patrimônio nacional, a moral e os bons costumes. O povo, coitado, normalmente parece estar à matroca, porque sem lideranças capazes de lhe apontar o bom rumo e impulsioná-lo de acordo. De tempos em tempos, quase que espontaneamente e por milagre, consegue mobilizar-se sozinho por uma boa causa. Aí, encontra o sucesso, como no caso da anulação, por pressão popular, da famigerada compra de carros de luxo para os vereadores do Rio de Janeiro, o que o deveria estimular a, mais vezes e sempre, fazer valer seu múnus de legítimo titular da soberania diante dos desmandos dos depositários infiéis!
A apatia, a insensibilidade, a tibieza, o conformismo com que os diversos e variados comandos de setores influentes da vida nacional, e o próprio povo, têm deixado de reagir diante das ostensivas e continuadas pregação e aplicação do mal entre nós, da destruição programada de tudo o que é bom e virtuoso, são injustificáveis, altamente preocupantes e perigosos. Todo o mundo parece estar conformado com os fatos correntes, aparentando crer que tudo tem de ser assim mesmo, que não adianta lutar para tentar mudar a situação!
Outro fosse o nível de educação, cultura, consciência política e de cidadania do nosso povo, estariam ruas e praças lotadas de protestantes contra os desmandos e absurdos a que rotineiramente assistimos e que, de forma tão cruel, mancham e atrasam nossa vida nacional. Completamente diferente seria, também, a representação política, nos legislativos e nos governos, pela existência do voto consciente, com conhecimento de causa e voltado para a solução real dos problemas e para realização do Bem Comum, e não tão facilmente influenciável e manipulável por mensagens e apelos demagógicos e falsas promessas. Mas não! Os profetas e construtores do caos, os aproveitadores do erário e das vulnerabilidades das gentes comprazem-se em incentivar e manter generalizadas a ignorância e a incultura que, infelizmente, atingem tão significativo espectro da população, para mais facilmente perpetrarem seus perversos desígnios!
AQUELES QUE TIVERAM A BÊNÇÃO E A GRAÇA DE RECEBEREM OS DONS DA ILUMINAÇÃO INTELECTO-CULTURAL-ESPIRITUAL, DE USUFRUIREM DE UMA VIDA MELHOR E DE MAIORES OPORTUNIDADES, NÃO TÊM O DIREITO DE SE OMITIR, DE FINGIR QUE TUDO ESTÁ BEM. É PRECISO QUE DEMONSTREM CORAGEM E PATRIOTISMO!
Cada um dos bons brasileiros, não importa a limitação do seu poder real ou de sua esfera de atuação, deve fazer tudo ao seu alcance para devolver nosso País e nossos hábitos político-administrativos, públicos e privados, aos bons e certos caminhos. Falando, escrevendo, trabalhando, dando bom exemplo, ensinando, denunciando os malfeitos e os malfeitores, lutando contra o mal e o vício e seus difusores e praticantes, rezando... Não há nação que resista à erosão continuada da expressão psicossocial do poder nacional, à destruição da ética, da moral, dos valores e das tradições, para erigir em seu lugar, como exemplos e modelos, comportamentos e valores totalmente contrários ao que é reto, bom e virtuoso, como sempre entendemos até o passado recente. Foi essa crença antiga que nos serviu de inspiração e propulsão, e permitiu dar andamento, até então, ao Grande Projeto Nacional Brasileiro, de construção da Pátria digna e justa, temente a Deus e obediente aos Seus Mandamentos, a “livre terra de livres irmãos” dos nossos sonhos mais caros!
Rio de Janeiro, RJ, 18 de maio de 2011
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

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