quarta-feira, 10 de outubro de 2007

POLÍCIA OSTENSIVA E/OU POLÍCIA JUDICIÁRIA.



O jornal Extra publicou nessa quarta-feira mais uma tragédia vivenciada pela sociedade fluminense:

“VIOLÊNCIA QUE NÃO SAI DA PISTA”.

A matéria assinada pelos jornalistas Camilo Coelho e Letícia Vieira tem como tema inicial o covarde homicídio de uma senhora aposentada ocorrido na Avenida Martin Luther King Jr. (antiga Avenida Automóvel Clube).
Entretanto, o foco da matéria é a falta de policiamento ostensivo nessa via pública, onde segundo a matéria 75 (setenta e cinco) carros foram roubados nos primeiros 5 (cinco) meses desse ano.
A publicação trás uma declaração que seria de um Policial Militar do 9º BPM (Rocha Miranda):


O patrulhamento é muito ruim porque não temos gente suficiente, e nossos carros estão quebrados. A avenida é muito grande”.


Respeitando a opinião do Policial Militar, devo ratificar que a falta de efetivo, uma verdade, tem como um dos determinantes mais diretos o fato de mais de 2.000 (dois mil) Policiais Militares ainda não terem retornado para a Polícia Militar, estando ausentes das ruas do Rio de Janeiro.
O retorno desses Policiais Militares já foi inclusive solicitado na denominada “Carta dos Barbonos”, o documento “PRO LEGE VIGILANDA”.
O efetivo atual pronto (em condições de trabalhar nas ruas) do 9º BPM é de pouco mais de 500 (quinhentos) Policiais Militares, o que significa que existe fora da PM o equivalente a 4 (quatro) efetivos prontos do 9º BPM!
No tocante às viaturas em péssimo estado a mídia insistentemente publica matérias sobre o assunto, ricamente ilustradas com fotografias e nunca é demais lembrar que o Governo Federal adquiriu centenas de viaturas de POLÍCIA OSTENSIVA, para serem utilizadas no PA do Rio e até a presente data as citadas viaturas não foram incorporadas à frota da Polícia Militar, o destino mais coerente.
O homicídio da aposentada está sendo apurado pela 27ª DP da Polícia Civil, por ser um crime de competência da justiça comum e de acordo com a matéria:



“Um homem conhecido como Bamba, que seria o chefe do tráfico da favela (morro do Juramento), teria autorizado os roubos na área”.


Na mesma página foi publicada uma matéria menor, relacionada à principal, em tese:


“DELEGADO DIZ QUE FALTA MESMO PATRULHAMENTO”.


Na matéria foi citada uma declaração atribuída ao Delegado Ronaldo Oliveira, da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA):


“Não são quadrilhas especializadas em roubos de carros. São marginais que fecham a avenida para pegar os pertences das pessoas. Um policiamento ostensivo, responsabilidade da Polícia Militar, seria suficiente para reduzir os índices”.


Uma declaração interessante e que contradiz o contido na matéria principal que vincula os roubos a uma ordem de Bamba, chefe do tráfico do morro do juramento.


Interessante destacar que como o roubo e furto de automóveis são crimes que devem ser apurados pela Polícia Civil, nunca é demais lembrar que o artigo 288 do Código Penal tipifica como formação quadrilha ou bando – “Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes”.

Salvo melhor juízo, além da implementação do policiamento ostensivo, uma investigação bem conduzida pela Polícia Judiciária – a Polícia Civil - poderia produzir um efeito ainda maior na diminuição desses índices, inclusive desbaratando a quadrilha do famoso “Bamba”, considerando que a investigação do tráfico de drogas também é competência exclusiva da Polícia Civil.

Curioso fiz uma pesquisa no site do Instituto de Segurança Pública – ISP, para verificar os índices atuais:



Em ESTATÍSTICA – RESUMO MENSAL POR AISP e em AISP 09, a referente ao 9º BPM, localizei os seguintes dados referentes ao mês de agosto/2007, o último disponível:


- Comparando os índices de agosto2007 com os índices de agosto/06:
Ocorreram menos 93 (noventa e três) furtos de veículos do que em agosto/2006;
Ocorreram menos 269 (duzentos e sessenta e nove) roubos de veículos do que em agosto/2006; e
Foram recuperados mais 29 (vinte e nove) veículos do que em agosto/2006.


Sem dúvida, diminuições expressivas e ainda com maior recuperação de veículos.


- Comparando os índices dos períodos de janeiro a agosto/2007 com igual período de 2006:
Foram furtados menos 320 (trezentos e vinte) veículos do que em 2006.
Foram roubados menos 1.271 (mil duzentos e setenta e um) veículos do que em 2006.
Foram recuperados mais 26 (vinte e seis) veículos que em 2006.


Novamente, reduções significativas.


A consulta ao site do ISP também revelou más notícias, tendo em vista que comparando os índices referentes aos meses de julho/2007 e agosto/2007, observamos que ocorreu um aumento de 11(onze) veículos furtados; 37 (trinta e sete) veículos roubados e menos 11 (onze) veículos foram recuperados.


No mesmo site pode ser comprovado que a AISP 09 é formada pelo 9º BPM e pelas 27ª, 28ª, 29ª, 30ª, 39ª e 40ª Delegacias da Polícia Civil.

E finalizando, destaco a importância do site do ISP, com seus dados estatísticos que nos permitem uma avaliação mais adequada das questões complexas da Segurança Pública, lamentando que os dados relativos aos crimes elucidados ainda não façam parte desse universo de consulta/pesquisa e deixo o seguinte questionamento para reflexão:


As diminuições expressivas nos indíces são resultado de um Policiamento Ostensivo mais eficiente desenvolvido pelo 9º BPM ou do desbaratamento de quadrilhas de roubo/furto de veículos pelas Delegacias da Polícia Civil que integram a AISP 09?

PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL
CORREGEDOR INTERNO

4 comentários:

Anônimo disse...

MUITO INTERESSANTE A POSTURA D DR DELEGADO:

“Um homem conhecido como Bamba, que seria o chefe do tráfico da favela (morro do Juramento), teria autorizado os roubos na área”.

DESTA FORMA O DR DELEGADO COMO CONHECEDOR DESTE BANDIDO A SUA MISSÃO SERIA INVESTIGAR E PRENDER O MESMO.MAS FICA MAIS FÁCIL TRANSFERIR A CULPA PARA A FALTA DE PATRULHAMENTO POR PARTE DA PM.

É MUITO ENGRASSADO ESTE DR DELEGADO,POIS JÁ TEM A FACA E O QUEIJO E SENDO ASSIM PODERIA TER PRENDIDO ESTE DELINQUENTE, MAS........................

Anônimo disse...

E ainda dizem que a Polícia que é corrupta.


Foro privilegiado: STF proíbe PF de indiciar autoridades




Brasília - O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu nesta quarta-feira a Polícia Federal (PF) de indiciar autoridades com foro privilegiado, que tem direito a julgamento na Suprema Corte. A decisão, de caráter definitivo, beneficia deputados federais, senadores, ministros de Estado, presidente e vice-presidente da República, entre outros.

Conforme a assessoria de imprensa do STF, seis ministros votaram a favor da proibição e quatro votaram contra. Segundo a maioria do Supremo, cabe ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, indiciar as autoridades com direito a foro privilegiado. O tribunal também pode abrir inquérito para investigar autoridades, mesmo sem o pedido do procurador.

A decisão foi tomada após julgamento de dois processos ligados aos senadores Aloizio Mercadante (PT-SP) e Magno Malta (PR-ES).

Com a medida, Malta teve seu indiciamento pela PF anulado. Ele é suspeito de participar da chamada máfia dos sanguessugas - esquema de compras superfaturadas de ambulâncias a partir da aprovação de emendas orçamentárias.

Mercadante também teve seu indiciamento anulado pelo STF. Ele é suspeito de participação no suposto caso da compra de um dossiê contra integrantes do PSDB.

Anônimo disse...

Meu chefe, primeiramente minha continencia.

Nesse caso o policial do 9º está corretissimo. Infelizmente eu tenho que pegar essa via todo dia e reparo que não há nossa presença em policiamento ostensivo naquela área desde maré 3 ate maré 9. Por muito menos, por causa daquela morte da socialite no sinal de transito no Leblon, baseou-se uma VTR ali.

Ja na Automovel Club nao vejo, pelo menos, uma rota, um baseamento, o Str passando. NADA. A vagabundagem é so descer, se servir e voltar pro morro.

Mas, na área de mare 3, vez e meia tem uma OPTRAN ali na altura da Saida da Linha Amarela. Aí e mole, não é?

Anônimo disse...

Senhores Barbonos, eis uma excelente oportunidade para mostrarem a cara e exporem suas opiniões, afastando a pecha de covardes:

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12/10/2007 01:10:00

Contribuição inviabiliza reajustes

Sérgio Cabral afirma que pretende garantir aumentos para médicos, policiais e professores


Alfredo Junqueira e Ricardo Villa Verde


Rio - O governador Sérgio Cabral declarou ontem que não terá como conceder reajuste salarial aos servidores de Educação, Saúde e Segurança, ano que vem, se tiver que arcar sozinho com os R$ 400 milhões dos encargos patronais com o Rioprevidência dos funcionários do Tribunal de Justiça (TJ), Assembléia Legislativa (Alerj), Tribunal de Contas (TCE) e Ministério Público (MP). A iniciativa do governador de transferir as despesas para os respectivos órgãos está provocando grave crise institucional entre os poderes.

Na Alerj, a tramitação do Orçamento foi suspensa. Programada para quarta-feira, dia 17, a audiência pública em que secretários da área econômica do governo explicariam o projeto aos deputados foi cancelada. Com isso, o rito regimental da proposta está parado e o calendário inicial elaborado para a discussão do tema não será cumprido. “Há crise e insatisfação. O impasse precisa ser resolvido”, declarou o presidente da Comissão de Orçamento, Edson Albertassi (PMDB).

INSATISFAÇÃO NO TJ

No Tribunal de Justiça, desembargadores se mobilizam para impedir que o Judiciário passe a pagar as contribuições patronais. A despesa faria com que o órgão ultrapassasse os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para gastos com pessoal. Caso isso ocorra, o presidente do tribunal, desembargador José Carlos Murta Ribeiro, correria o risco de ter suas contas rejeitadas pelo TCE e poderia vir a ser obrigado a cobrir a despesa extra com seu patrimônio pessoal.

Irredutível, Sérgio Cabral declarou a O DIA que não aceita arcar com a despesa, pois não pode ficar com o Orçamento engessado para investimentos e obras. “Cada poder deve fazer seu dever de casa, para que o governo possa dar reajuste a professores, médicos e policiais”.

Executivo e Judiciário não se entendem

Apesar de o governador Sérgio Cabral esperar compreensão dos demais poderes, dificilmente a Alerj, o MP, o TCE e o TJ aceitarão arcar com as contribuições de seus servidores em 2008. O maior problema está no TJ. Desde 2006, o Judiciário aumenta suas despesas com pessoal. Dia 4, o órgão conseguiu aprovar na Alerj projeto criando 165 cargos em comissão para a contratação de motoristas, copeiros, garçons, entre outros. Está previsto agora o envio de outra mensagem criando 10 novos cargos de desembargadores.

Nos últimos meses, a iniciativa de reajustar os salários dos serventuários em 13,58% já colocou em rota de colisão Cabral e o presidente do TJ, Murta Ribeiro. O projeto ainda tramita na Alerj, mas já provocou desgaste entre o Executivo e o Judiciário. O índice foi reduzido pelos deputados para 4%.

O presidente da Alerj, Jorge Picciani, não aceita nem falar sobre as contribuições previdenciárias, segundo fontes da Casa. Se assumir os R$ 22,8 milhões para pagar a despesa em 2008, o Legislativo ficará muito próximo do limite da LRF para gastos com pessoal, impedindo reajustes para os servidores da Casa.

ALERJ DEIXOU LEI CONFUSA

A falta de clareza na lei que aumentou a contribuição patronal para o Rioprevidência, de 11% para 22%, é uma das causas da polêmica sobre o orçamento estadual de 2008. O projeto original enviado à Alerj pela ex-governadora Rosinha Garotinho, em março de 2006, definia claramente a responsabilidade de cada poder em pagar as contribuições de seus servidores.

Na Casa, porém, a proposta foi mudada pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Paulo Melo (PMDB). Ele retirou as citações ao TJ, Alerj, TCE e MP, colocando apenas o “Estado do Rio” como responsável pelas contribuições. A partir daí, o Poder Executivo passou a arcar sozinho com as despesas. A articulação para mudar o texto envolveu também o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), segundo a ata da sessão de 17 de maio de 2006. Melo e Picciani não foram localizados para comentar o assunto.


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Em suma: enquanto TJ, MP, Alerj e TCU mantém salários nababescos (um juiz ou promotor ganha MUITO mais do que vinte praças), infinitas regalias e contratam cada vez mais comissionados (sem concurso) para participarem do OBA-OBA, nossa famélica e sucateada PMERJ ouve do governador que "ele nada pode fazer".

Esse é o nosso desigual estado, onde uns produzem muito pouco e fazem a festa, enquanto outros doam suas vidas para garantir a segurança deles e ainda assim passam fome.

O que farão nossas lideranças a respeito?

Soube que promotores chegaram até a ganhar laptops de presente pelo fato do MP não ter mais o que fazer com tanto dinheiro que ganha.

Os senhores acham esse estado de coisas normal? Silenciarão diante dessa aberração? Aceitarão passivamente que esses entes joguem suas despesas para a patuléia e cobrem cada vez mais dinheiro do Estado para satisfazer seus apaniguados parentes comissionados enquanto a tropa não recebe sequer fardamento decente e passa fome?

Onde estão os senhores agora? Nada falarão acerca dessa distorção, verdadeira aberração?

Falem agora, ou calem-se para sempre !!!