domingo, 30 de setembro de 2007

JORNAL "O DIA" - 29 DE SETEMBRO DE 2007.

ARTIGO
CIDADANIA

A situação da PM é de conhecimento de todos. Há décadas as desastradas políticas de segurança de vários governos levaram essa instituição, de 198 anos, a situações limite, o que é uma vergonha. É preciso medidas que visem o resgate da cidadania do PM que a cada dia tem a sua imagem denegrida junto à opinião pública. No Estado, são cerca de 80 mil PMs, entre ativa e reformados, além de 20 mil bombeiros. Todos profissionais e trabalhadores, porém, o descaso das autoridades fez com que pouco a pouco eles perdessem a auto-estima e a noção de cidadania.
Segundo a imprensa, o recém-lançado filme “Tropa de Elite” cumpre muito bem esse papel, colocando a PM numa posição constrangedora e até a margem da lei. Tudo diante da passividade das autoridades.
A sociedade não pode fazer da visão de um ex-policial a verdade dos fatos.
O que deve ser divulgado em relação à PM são os salários defasados, falta de habitação segura, ausência de assistência de saúde eficaz, além de escolas para os filhos, entre outras necessidades básicas para uma vida digna.
Reivindicações que fizeram com que surgisse o “Grupo dos Barbonos”, que reúne Coronéis da Polícia Militar na luta por melhores condições de trabalho na corporação.
Virou moda criticar e acusar PMs, que se tornaram uma espécie de bode expiatório, culpados de todos os males da sociedade. Mas ninguém se preocupa em verificar a rotina deles. Conferir, por exemplo, os inúmeros policiais assassinados ou que vivem em cadeiras de rodas ou em uma cama, invalidados pela violência. A PM é por essência a protetora da sociedade e deixar o cidadão acreditar em qualquer coisa diferente é um equívoco e uma injustiça contra aqueles que já perderam até a cidadania.

MARCOS ESPÍNOLA.
Advogado criminalista.

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