SANTA CATARINA.
TENSÃO FARDADA.
Oficiais querem igualdade.
Assembleia de policiais militares define hoje estratégias para buscar a gratificação de R$ 2 mil já concedida aos delegados.
Uma insatisfação generalizada. É desta forma que é descrito o clima entre os oficiais da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros depois que a Assembleia Legislativa aprovou a gratificação de R$ 2 mil para os delegados da Polícia Civil. O assunto será tema de assembleia hoje, a partir das 20h, no Clube dos Oficiais. São esperados cerca de 500 oficiais de todo o Estado para discutir as estratégias a serem adotadas.O tratamento isonômico com os delegados de Polícia é uma bandeira antiga dos oficiais. Por isso, não foi bem recebida a ideia de que os delegados ganharão uma gratificação de R$ 2 mil, sem que os militares sejam contemplados. Segundo os oficiais, eles não negam os benefícios recebidos nos últimos anos, mas argumentam que continuam recebendo menos do que um delegado.
– Vemos com constrangimento o fato de existir três polícias vinculadas a uma pasta (Secretaria de Segurança Pública) e apenas uma sendo contemplada. A gente não questiona a gratificação dada aos delegados, mas estranha uma categoria receber R$ 2 mil e as outras R$ 300 divididos em três parcelas – explica um oficial.
A movimentação entre os oficiais começou após uma assembleia dos delegados realizada no dia 30 de outubro. Naquele dia, os delegados, que estavam em campanha salarial, receberam uma proposta do governo: abono de R$ 2 mil a partir de novembro e aumento do teto do governador em fevereiro de 2010.
Desde então, a insatisfação veio crescendo entre os militares, que defendem que também deveriam ser contemplados.
No final da semana passada, este clima de descontentamento foi exposto para a população através da instalação de outdoors com os dizeres: “Sr Secretário da Segurança Pública, por que tanta discriminação com os oficiais da PM e Bombeiros?”.
O presidente da Associação de Oficiais dos Bombeiros e PM, coronel Marlon Teza, prefere não se estender sobre o assunto. Procurado pela reportagem, disse apenas que o clima estava “tranquilo”.
De acordo com o coronel, a reunião de hoje é uma assembleia ordinária, sempre realizada no final de novembro, e que abrange três entidades: Clube dos Oficiais, Associação de Oficiais dos Bombeiros e PM e Associação dos Oficiais da Reserva Remunerada. Internamente, a expectativa é outra. Caso não sejam atendidos, há uma disposição para o início de uma “operação padrão”.
Está descartada qualquer iniciativa radical que possa trazer prejuízos à população, como o fechamento de quartéis. Os oficiais afirmam que podem iniciar ações que causem “alguma dor de cabeça” ao governo.
O secretário de Segurança Pública, Ronaldo Benedet, pondera que toda luta de categorias é legítima e que o governo sempre buscou administrar as reivindicações com diálogo. Sobre os outdoors instalados pelos oficias, não quis polemizar.
Ronaldo Benedet afirma que de 2003 a 2006 foram encaminhados à Assembeia Legislativa 26 projetos beneficiando os policiais militares e que o número de promoções envolvendo oficiais chegou a 1,3 mil neste mesmo período.
Os dados são destacados também pelo secretário de Articulação, Valdir Cobalchini, que lembra que os oficiais e praças foram beneficiados com diversas melhorias salariais nos últimos anos.
– Não vou entrar no mérito da pauta (dos oficiais), mas sempre mantemos abertos os canais com a instituição e tenho conversado com o comando da PM, dos Bombeiros e com o Benedet. Não há nada definido, mas estamos analisando com a Fazenda se há ainda alguma margem no Orçamento, porque o governo precisa fechar as contas – completa.
NATÁLIA VIANA
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO