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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

EXTRA, EXTRA! NA GESTÃO DA MODERNIDADE, QUALIFICAÇÃO NÃO É FUNDAMENTAL.

JORNAL EXTRA - COLUNA EXTRA, EXTRA!
Felipe Sales
" O coronel Paulo Ricardo Paúl atiçou a poliçada com a história em seu blog de que o comandante do BOPE, tenente-coronel Wilman René, não tem o Curso Superior de Polícia. Para ser comandante, o diploma não é obrigatório - mas sim, recomendado. E, se nem na tropa de elite da PM está valendo, menos ainda no resto: hoje, pelo menos seis comandantes não têm diploma..."
Na gestão da modernidade a qualificação não tem sido levada e consideração.
O Curso Superior de Polícia (CSP) é o que curso na PMERJ que prepara o Oficial para o exercício do comando, portanto, comandar sem ter o curso chega a ser bizarro. Obviamente, a responsabilidade não é do Oficial que comanda sem ter o CSP, mas sim de quem o nomeia nessa condição.
O exemplo da desvalorização da qualificação não é único na gestão da modernidade.
No intuito de colocar o maior número de PMs no serviço externo, o governo Sérgio Cabral criou uma gratificação para os que estão aptos para atuarem nas ruas, no valor de R$ 350,00, o equivalente a cerca de 30% do salário mensal de um Soldado. Isso deve ter provocado dois resultados: o retorno às ruas dos que por ventura estivessem simulando doenças para não atuarem na atividade fim e a ida para as ruas de PMs sem as condições adequadas de saúde, isso para não perderem a gratificação.
Dourando a pílula, o governo criou um curso para habilitar os PMs para o recebimento, assim a gratificação seria em razão da qualificação.
O referido "curso" é feito em um dia, via de regra, assistindo uma palestra ou escrevendo uma redação.
Cidadão, você chama isso de qualificação?
Cito outro caso: os cursos de confirmação de divisas.
Os Praças da PMERJ são promovidos por tempo de serviço, um Soldado é promovido à graduação de Cabo ao atingir oito anos de serviço, por exemplo. Infelizmente, esses cursos de qualificação não estão sendo realizados. A situação é tão confusa que tenho recebido informes de que PMs que estariam atingindo quinze anos de serviço, não estariam conseguindo ser promovidos à Terceiro Sargento, por não terem participado ainda do curso de confirmação de divisas de Cabo.
Parece piada, mas não é.
Tal realidade demonstra que na gestão da modernidade a qualificação não é importante e que o PM está muito longe de ser o patrimônio da PMERJ, lema institucional que se perdeu por completo, considerando o abandono atual da tropa.
Se não bastasse, a Polícia Militar agora parte para atrapalhar a participação dos PMs em cursos de nível superior, mas isso será tema para outro artigo, vamos aguardar a mídia noticiar.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

sábado, 25 de julho de 2009

A POLÍCIA DE NOVA YORK - ALGUMA SEMELHANÇA?

EMAIL RECEBIDO:
Pesquisador fala sobre o treinamento da polícia de Nova York
O pesquisador Hung-En Sung, especialista em estudos de polícia e corrupção da John Jay College acha que Nova York derrubou os altos indices de criminalidade da década de 90 por uma conjunção de fatores. De um lado, a política de tolerância zero, que promoveu um esforço investigativo para prender tanto os pequenos delinquentes quanto os grandes criminosos. Do outro, a melhoria das relações entre policiais e moradores e o crescimento econômico da década de 90 nos EUA. Nesta entrevista, ele comenta o treinamento dos policiais novaiorquinos e os novos desafios da segurança na cidade.
Como é o treinamento do policiais novaiorquinos?
HUNG-EN SUNG: O candidato a policial precisa passar seis meses estudando na Academia de Polícia e mais um ano fazendo estágio com policiais experientes. O período na academia de polícia exige estudo das leis, requer um treinamento militar rígido, com noções de manejo de armas e de conduta ética. Mas é preciso também que os policiais sejam orientados por agentes mais experientes, de modo a evitar conflitos com a população. O policial aprende a impor sua autoridade sem confronto com a comunidade. Esta é a base da atuação da polícia e por isto ela se tornou respeitada: o policial está ali para proteger a comunidade. Se a população não confia na polícia, metade do trabalho está perdida…
Os estudos mostram que o desempenho da economia tem forte influência sobre os indices de criminalidade?
HUNG-EN SUNG: _ Sim. Os estudos mostram que os índices de desemprego têm uma relação direta com o aumento da criminalidade: quanto mais desempregados, maior a propensão para que haja aumento de crimes. A economia conta muito. Mas contam muito também as formas de solidariedade numa comunidade. E é preciso que a cidade compreenda que os policiais fazem parte desta rede de solidariedade. Caso contrario não existe respeito pelo guarda da esquina e este respeito é essencial para qualquer política de segurança. O policial precisa aprender que ele tem que prestar contas de seus atos não apenas para os seus superiores, mas também para a comunidade.
O que mudou na polícia de Nova York depois do ataque de 11 de setembro de 2001?
HUNG-EN SUNG: Depois do ataque do 11 de setembro, houve um reforço dos serviços de inteligência em Nova York, com a formação de equipes especiais de combate ao terror, em conexão com equipes federais, do FBI. De um lado, multiplicaram-se as formas de vigilância, desde a instalação de milhares de câmeras de video nas ruas até a contratação de segurança particular por empresas. Mas o mais importante foi o aparecimento de organizações de moradores e de comerciantes que hoje ajudam a patrulhar as ruas e controlar a polícia. Sem a ajuda de moradores e sem a constante fiscalização de promotores judiciais, Nova York continuaria imersa na criminalidade dos anos 90.
Mas existem muitas comunidades que têm queixas de policiais em Nova York e alguns dos crimes resultantes do excesso de força de policiais não foram punidos. Como explicar isto?
HUNG-EN SUNG: É verdade. A policia de Nova York ainda precisa fazer um esforço para melhorar suas relações com a comunidade, sobretudo nas áreas mais pobres ou nas que são mais densamente habitadas por negros e latinos. Mas a questão dos julgamentos de policiais é ainda controversa na própria sociedade: os juris são formados por pessoas comuns e muita gente pensa que a policia deve impor-se pela força e que, mesmo em casos controvertidos, não houve excesso policial. Neste caso, é preciso haver mudança de mentalidade na sociedade, o que é mais difícil e leva mais tempo. Agora, novo esforço está sendo feito em comunidades pobres de negros e latinos para fazer com que os policiais sejam respeitados nessas áreas em que os níveis de tensão racial são mais elevados.
O que fazer para reduzir a corrupção na polícia?
HUNG-EN SUNG: Este é um grande desafio. A tarefa depende da extensão da corrupção na força policial. Nos casos mais graves, como aconteceu em Hong Kong, em que toda a força policial estava contaminada, é preciso haver uma forte intervenção de uma força exterior: a polícia britânica criou uma força especial de agentes para investigar os crimes e aos poucos esta força substituiu a policia local, até que os casos de corrupção acabassem. Noutros casos, é preciso dar força aos promotores que investigam policiais, e aos jornalistas que se aventuram por reportagens investigativas na área de crimes. Promotores e jornalistas podem ajudar muito. Sem uma fiscalização externa e transparência, não há policia confiável.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO