quarta-feira, 7 de março de 2012

EDUARDO PAES (PMDB) - SAÚDE PÚBLICA - RIO MALTRATA OS PACIENTES.

O GLOBO:
Rio maltrata pacientes.
07 de março de 2012.
Nos postos, clínicas e hospitais, faltam médicos; marcar consultas e ser atendido é desafio.
Carolina Benevides
Cassio Bruno
SAÚDE PÚBLICA
Marcar consulta e ser atendido por um médico nos postos de saúde e nas clínicas de família da rede municipal do Rio pode ser uma tarefa árdua. Nos postos, faltam profissionais especializados, como pediatras, ginecologistas e clínicos gerais. Nas clínicas de família, muitas vezes, os doentes encontram apenas enfermeiros. Além disso, são obrigados a esperar até um mês por uma única consulta e, mesmo já internados, precisam aguardar uma chance para chegar ao centro cirúrgico dos hospitais, como constatou O GLOBO nos últimos três dias.
Nas quatro principais emergências da rede - Souza Aguiar, Salgado Filho, Lourenço Jorge e Miguel Couto -, o déficit de médicos e de leitos preocupa, e quem precisa de vaga no CTI pode esperar de dois a dez dias, segundo os profissionais de saúde desses hospitais. Além de moradores da cidade, o Rio recebe pacientes da Região Metropolitana. No Miguel Couto, na Gávea, segundo levantamento dos médicos, a maioria vem da Baixada Fluminense. Nos postos de saúde, estão pedindo comprovante de residência para marcar consultas.
A situação crítica já havia sido alertada semana passada pelo Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde (IDSUS), que classificou o Rio como a pior entre as principais cidades brasileiras, com nota 4,33.
Longas filas são rotina nos postos
Ontem, na Clínica da Família Epitácio Soares dos Reis, na Pavuna, Zona Norte, não havia médicos. Segundo uma das recepcionistas, o único profissional responsável pelo atendimento dos pacientes agendados do dia estava "passando mal". Resultado: quem tinha consulta marcada teve que voltar para casa. Para piorar, a demora para marcar uma visita ao clínico geral na unidade chega a um mês.
- Marcamos conforme a demanda. Pode ser que eu te cadastre hoje (ontem) e para esta e para a próxima semanas não tenha vaga. Pode ser que, em uma outra semana, já tenha vaga, entendeu? Não tem uma data certa - afirmou uma das atendentes da clínica.
Também na Pavuna, o Posto de Saúde Doutor Nascimento Gurgel tinha ontem uma longa fila para a pediatria. Pais e mães esperavam até quatro horas por alguma desistência.
- Não tenho plano de saúde, mas meus impostos estão em dia. O que eu ganho com isso? Absolutamente nada. Estou aqui desde as 7 horas e já são 11 horas. Estou com meu filho, vendo se alguém vai desistir da consulta - disse o mecânico Genivaldo de Souza Silva, de 47 anos.
No Posto de Assistência Médica Carlos Alberto Nascimento, em Campo Grande, na Zona Oeste, só há um clínico geral, e consultas apenas às terças e às quintas-feiras com pré-agendamento. Caso parecido ocorre na pediatria.
- Não é brincadeira. A saúde está falida. Estou esperando há quase três horas para o meu filho ser atendido. Se ele precisar de um pediatra sem ser na segunda ou na terça, a gente não encontra - afirmou o motorista de ônibus Fábio Ferreira, de 39 anos.
A precariedade no atendimento nos postos de saúde leva os hospitais a enfrentar situações dramáticas.
- A falta de prevenção tem criado um exército de amputados no Rio. Os procedimentos podiam ser evitados se os diabéticos fossem tratados antes. Atualmente, eles já chegam com gangrena - conta um médico de uma emergência da cidade.
Médica do Souza Aguiar, L.M. diz que atualmente os pacientes não conseguem um acompanhamento médico:
- Antes, as pessoas se consultavam nos postos. Desde que o Programa Saúde da Família foi ampliado, os postos vêm perdendo profissionais. Então, a mãe que ia procurar atendimento no posto para o filho agora vai ao hospital, onde acaba sendo redirecionada para os postos e acaba sem acesso à saúde.
Juntos Somos Fortes!

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