sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

LOBBY DE DELEGADOS EXPÕE RACHA NA POLÍCIA FEDERAL.

Lobby de delegados expõe racha na PF.
05/01/2012
FAUSTO MACEDO - O Estado de S.Paulo
O lobby dos delegados da Polícia federal que querem ser reconhecidos na Constituição como carreira jurídica para obter prerrogativas dos magistrados - vitaliciedade, irredutibilidade de vencimentos e inamovibilidade - expôs um racha na corporação. policiais que exercem outras funções na PF, como agentes e escrivães, alegam que o real objetivo dos delegados é engordar o contracheque - passariam a receber o equivalente a 95% do que ganham os ministros do Supremo Tribunal federal, teto do funcionalismo.
"Transformar o cargo de delegado em carreira jurídica é criar o trem da alegria para aumento salarial e garantias injustificadas", aponta o Sindicato dos Servidores da PF em São Paulo. "A briga por garantias iguais às de juízes reflete apenas reivindicação de uma única categoria profissional, a dos delegados."
A PF é composta por seis categorias - agentes, escrivães, papiloscopistas, administrativos, peritos e delegados. "Somos contra a transformação do cargo de delegados em carreira jurídica. Função de delegado é presidir inquérito policial, peça mecânica e repetitiva, que poderia ser conduzida, na prática, por qualquer pessoa com nível superior em qualquer área, não necessariamente bacharel em Direito."
Os delegados estão mobilizados para tentar aprovar este ano na Câmara e no Senado emendas à Constituição que os colocam no mesmo patamar dos juízes. Eles pediram apoio ao ministro José Eduardo Martins Cardozo (Justiça). Mas o Sindicato dos Servidores da PF tem outra sugestão. "Precisamos que o Congresso aprove leis rígidas no combate à corrupção, crime organizado, tráfico e lavagem de dinheiro."
A Federação Nacional dos policiais Federais, com representações em todo o País, sustenta que as inconstitucionalidades da transformação dos delegados em carreira jurídica "são muitas, mas a principal delas diz respeito à vinculação do subsídio do delegado ao do membro do Ministério Público".
Marcos Wink, presidente da entidade, alerta que "os inconvenientes e problemas são de ordem fiscal, pelo impacto que isso representará, especialmente na esfera estadual, e de ordem política, pela reação de outras carreiras e corporações que mantêm os mesmos patamares remuneratórios e hierárquicos, como os coronéis da PM, que irão exigir tratamento isonômico".
"Carreira jurídica tem um cunho exclusivamente salarial", assinala Wink. "Na prática, cria uma espécie de delegado-juiz, com salário acima de R$ 25 mil."
"Nossa meta não é aumento salarial, mas garantias constitucionais para que os delegados possam presidir inquéritos contra a corrupção sem sofrer pressão política", afirma Amaury Portugal, presidente do Sindicato dos Delegados da PF em São Paulo.
Juntos Somos Fortes!

3 comentários:

Anônimo disse...

A postagem está correta, realmente não precisa que o Delegado tenha todo esse status, mas aí pergunta-se: eles estão errados em querer o melhor para si? Claro que não, pois o reconhecimento na carreira tem que ser uma busca constante e enquanto estivermos aqui querendo discutir o sexo dos anjos, eles vão conquistar tudo o que querem e nós vamos ficar parados no mesmo lugar. Não tem aquele slogan do programa humorístico do SBT A PRAÇA É NOSSA "Vai que cola", então a inveja de uns não atrapalhar o objetivo dos outros.

Anônimo disse...

Anônimo dia,6 de janeiro de 2012 08:29

No meu entender isso não seria status para os Delegados e sim uma conquista,como você bem colocou,eles estão buscando o melhor para sua categoria,em vez dos oficiais da pmerj ficarem se corroendo por isso,que levantem os traseiros das cadeiras,saiam das salas refrigeradas e busquem soluções para que tenhamos aumento salarial,fim das gratificações e melhorias de condições de trabalho,na verdade eles(oficiais),nunca foram interessados,só visam interesse próprio,o caso dos barbonos foi só um feixe de luz que rapidamente se apagou.

Anônimo disse...

O problema é que cada um busca o melhor para si, sem pensar na coletividade, na sociedade, maior penalizada pelo modelo policial brasileiro.